Um dia eu me senti
velhinha.
Senti o meu corpo se
movendo mais devagar, a mente calma, o coração pleno.
Pensei, então, nas sementes
eu deveria plantar para colher esse nível de completude ao final da vida.
Não havia outro
caminho, senão ser autêntica e me doar 100% a cada momento, a cada
atividade.
Afinal, amargura e
frustração jamais dariam os frutos que eu desejava colher.
Decidi, então, fazer
as reformas necessárias para que eu pudesse manter o estado de presença e de
respeito à minha essência.
O meu objetivo era, “um dia”, estar inteira e confortável no
momento presente – sem olhar para trás (em paz comigo e com o passado) e sem deixar
para amanhã os movimentos que eu precisava fazer, como se hoje fosse o meu
último dia.
Essa decisão mudou
tudo e com ela veio o primeiro enfrentamento: naquele momento – apesar de ter
uma vida perfeita - eu não estava inteira e confortável.
O que é que faltava? O
que estava errado?
Mudar a paisagem não
era suficiente.
Mudar as pessoas não
era suficiente.
Mudar de hobbies não
era suficiente.
Mudar de dieta não
era suficiente.
Percebi, então, que em
qualquer lugar que eu estivesse, lá estariam todas as minhas questões. Simplesmente
não era possível fugir de mim mesma e daquela coisa que se movimentava dentro
de mim.
Era preciso olhar
para a bagagem que eu carregava e, finalmente, desfazer as malas com o maior
amor do mundo. Na parte mais profunda da mala mais cheia, estava ela: a
essência!
Exuberante.
Apaixonante. Reluzente. Radiante. Livre. Solta. Dada.
Desde então, ela é a
única bagagem que eu carrego. Agora mesmo ela está sentada sobre os meus
ombros, revirando os olhos, como quem diz: já podemos nos divertir?
Com ela semeio.
Com ela rego.
Com ela certamente colherei.
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