quinta-feira, 11 de maio de 2017

Eu vivo! Vem viver!





A conexão com a Terra e com a natureza sempre foi muito natural para mim.


Sempre gostei de sujar as mãos de terra, de plantar, de acompanhar o desenvolvimento das plantas.


Sempre contemplei e observei detalhes e ângulos que ninguém mais via.


Sempre fui apaixonada pela dança dos astros e das nuvens no nosso céu.


Sempre respeitei e honrei cada vegetal e erva que eu retirei da terra para consumir.


Sentindo-me assim de forma constante, considerava-me muito grata ao Planeta, que me propiciava meios para viver essa experiência de forma digna e extremamente bela.


Um dia pensei sobre a possibilidade de nunca mais nascer na Terra. Seria essa a minha última vez?


Mas e os mares que ainda não entrei? As comidas que eu não experimentei? Os beijos que eu não dei? Os campos que eu não cavalguei? Meu Deus, e as danças que eu recusei? Aquela chuva que eu não tomei para não estragar o cabelo. As lágrimas que eu segurei. 


Senti por todas as experiências que deixei de viver e as que, provavelmente, não terei tempo de viver.


Percebi que a gratidão havia tomado outra forma: júbilo pela experiência sensorial que Gaia nos oferece.


A nossa vida é permeada por sensações e ouso dizer que é só o que existe.


Ser um humano. Ser consciente. Estar no Planeta Terra – a jóia da galáxia!


Quão ingratos somos ao pisar esse chão resmungando, cuidando da vida alheia, imersos em passados e futuros.


Quão ingratos somos ao viver limitados, cheios de medos, abandonando sonhos e restringindo a nossa experiência.


Quão ingratos somos ao amar com parcimônia, transformando as relações em jogos sofridos e sem sentido.


Acordar para a beleza de ser humano. Eis a nossa maior necessidade.


Sentir gratidão por essa experiência intensa, que leva o nosso ser ao limite e nos faz mais fortes, mais sábios, mais confiantes.


Sentir os sabores que mais gostamos, a sensação do calor e do frio nos lábios, o doce e do azedo na língua. 


Sentir o toque. Tocar e de ser tocado com respeito. A temperatura dos corpos, a pressão das mãos. A leveza com que a água do chuveiro escorre pelo seu corpo. A receptividade da sua pele ao seu próprio carinho, como um filho carente de contato.

Permita que o seu corpo sinta prazer sem medo, sem vergonha, sem racionalização. Não economize! Não freie! Não deixe para amanhã!


Sinta e esteja consciente de estar sentindo coisas boas! Seja alegre! Seja livre! Seja grato por isso!


Sinta! Sinta! Sinta!


Gaia precisa que nós descubramos o prazer de viver nessa Terra! Gaia precisa que sintamos amor pela experiência que ela, tão gentilmente, viabiliza!


Sim, há dores, há imperfeição, há obstáculos, há negatividade. O que, diante da dualidade que existe nesse orbe, nos obriga a aceitar: há júbilo, há perfeição, há fluxo, há positividade! Basta mudar o foco! 

Alimente a beleza, o prazer, a conexão.


O nosso trabalho é honrar a experiência, pisando a terra com alegria, oferecendo a ela – em retribuição à vida que nos proporciona (pois cedeu cada átomo do nosso ser e continua nos alimentando) –, a nossa mais pura gratidão.


Olhe para as suas mãos. Permita que elas toquem.


Olhe para o seu corpo. Permita que ele se entregue.


Olhe em volta. Há beleza. Foi tudo planejado para te receber.


Ainda que em pé, estou de joelhos, reverenciando a vida.


Ainda que em prantos, estou em alegria, grata pela experiência.


Eu vivo!


Eu vivo!


Eu vivo!

Vem viver!


PS.: estou gritando por dentro!

PS.: https://www.youtube.com/watch?v=CHV6BjuQOZQ

quinta-feira, 4 de maio de 2017

Alminhas corajosas!







Existe um conto que eu gosto muito, chama-se “Um Conto Francês” e foi escrito por Neale Donald Walsch*.

Nesse conto ele narra a conversa de uma alminha (muito curiosa) com Deus e, em determinado ponto, ela pergunta sobre perdão – desejava saber o que era. Mas, em estado de perfeição, o próprio Criador não foi capaz de definir a sensação de perdoar alguém.

Então, uma alma que ouvia a conversa, disse: 

“— Não te preocupes, Pequena Alma, eu vou ajudar-te — disse a Alma Amiga.
— Vais? — a Pequena Alma animou-se. — Mas o que é que tu podes fazer?
— Ora, posso dar-te alguém a quem perdoares!
— Podes?
— Claro! — disse a Alma Amiga alegremente. — Posso entrar na tua próxima vida física e fazer qualquer coisa para tu perdoares.
(...)
— No momento em que eu te atacar e atingir, — respondeu a Alma Amiga — no momento em que eu te fizer a pior coisa que possas imaginar, nesse preciso momento… — Lembra-te de Quem Realmente Sou.
(...)
— Lembra-te sempre, — Deus aqui tinha sorrido — não te enviei senão anjos.”

Somos, nós, as alminhas curiosas que desejaram conhecer a imperfeição.

Somos, nós, as alminhas corajosas que desejaram receber e propiciar lições.

Disso é feita a nossa vida neste Planeta: espirais profundas de aprendizado, em que os professores são os nossos relacionamentos.

Neles estão projetadas todas as nossas sombras. Ou o outro nos serve de bode expiatório (e contra ele nos revoltamos), ou nos serve de espelho (e por ele sentimos gratidão).

A despeito das crenças em sentido contrário (as quais respeito profundamente), não acredito que aqui encontraremos o nosso complemento divino, a tão falada “Chama Gêmea” – já que não estamos aqui para viver a perfeição, a completude.

Aqui estão as nossas almas gêmeas, almas irmãs, almas amigas. Seres desejosos de aprendizado (como nós), que se comprometeram a fazê-lo em conjunto.

Iniciando-se de forma bastante intensa com os nossos pais, os nossos primeiros relacionamentos acabam ditando o passo de todos os subsequentes. O medo do abandono, o medo da rejeição, o medo de se expressar, o medo de não ser amado pelo que se é; quiçá a violência, o desamor, o desrespeito.

Seguem-se relações infelizes que nos obrigam a olhar para trás e acolher a nossa história, aceitar integralmente os nossos genitores e sermos gratos pelo dom da vida; restando claro que não somos vítimas de nenhum evento, mas parte dele (pois o planejamos ou o atraímos).

Há relações frustradas que nos obrigam compreender que apenas o hoje pode ser vivido, que não há garantias, não há contratos que não possam ser quebrados.

Há relações violentas que nos obrigam a vencer o pavor e a nos colocarmos em primeiro lugar.

Há relações mornas que nos obrigam a ter coragem de dar o passo em direção ao término, confiantes de que somos merecedores de toda a abundância – e isso também se refere a relacionamentos prósperos.

Há relações de manipulação, dominação e subjugação que, em algum momento, nos fortalecem a ponto de não mais tolerar a inferiorização, as opiniões maldosas do outro (pois a feiura, a gordura ou o não merecimento só existem nos olhos dele).

Por outro lado, há muitas outras que, incessantemente, nos fazem lembrar de quem realmente somos. Mãos amigas que, mesmo ainda trêmulas, nos chamam para caminhar ao seu lado, que se alegram com a nossa presença e nos encorajam a mostrar o melhor que há em nós.

É sempre sobre amor próprio. É sempre sobre reconhecer a própria força. É sempre sobre responsabilidade. É sempre sobre respeito ao livre arbítrio. É sempre sobre autenticidade.

Volte os olhos aos relacionamentos que mais te afligem e, em vez de reclamar, agradeça a oportunidade que está tendo de conhecer mais sobre si mesmo. Aos poucos e em gratidão, identifique qual aspecto da sua personalidade está sendo iluminado através das atitudes dessa alminha amiga.

Lembre-se: não é sobre o outro. 

Nunca.

http://www.sgi.org.br/pt/consciencia/a-pequena-alma-e-o-sol/