sexta-feira, 8 de março de 2024

O elo

 


 

A experiência com o feminino é riquíssima na minha vida.

Desde pequena pude observar diferentes personalidades se desenvolverem ao longo do caminho, todas com algo em comum: a profundidade.

Cada uma e todas entregues a histórias fortes, que exigem nada menos que transcendência, sob pena de colapso.

Não conheci meio termo: ou encaramos o abismo (e frutificamos) ou somos levadas pela poeira do mundo (e nos vitimizamos).

Não diria que as mulheres mergulham, parece-me que são capturadas por águas profundas. Um deixar-se levar, quase como uma resignação à sua natureza.

Testemunhamos milagres.

Guardamos, em nossos ventres, o espaço sagrado por meio do qual o trânsito da vida acontece – não há nada na fisicalidade que possa tocar o divino como o corpo de uma mulher.

Nutrimos e recepcionamos os seres corajosos que vivem a experiência humana.

Ouso afirmar que, quando conectadas à nossa verdadeira natureza, nosso universo interior passa a ser mais real que a vida que acontece diante dos nossos olhos.

Sustentamos a ponte entre o visível e o invisível. Somos o elo.

Celebro, hoje, a incansável força da vida.