sexta-feira, 24 de maio de 2019

O abraço que faltou




Partindo da premissa que vivemos em um universo de amor, quais seriam os objetivos de processos encarnatórios seguidos de recorrentes amnésias?

Por que não nos lembramos do que foi vivido?

Mais: por que algumas linhas do tempo são trazidas para iluminação?

Certa vez eu falei para uma amiga: "seria mais fácil se nos lembrássemos das falhas e dos acertos de outras vidas, identificaríamos os nossos padrões de comportamento destrutivos muito mais rápido". Ela respondeu: "Tali, é sempre repeteco! Seguimos reverberando os mesmos padrões de conduta, é só observar".

De início isso me deixou ressabiada, mas com o tempo foi tomando viés de "verdade".

Existe uma dança de energias e papeis que se desenrola em nossas vidas. Pessoas, lugares, experiências, desequilíbrios. Tudo é, apenas, enredo para que nos relacionemos, vida após vida, em busca de mais consciência e mais lucidez, até que nos seja possível dissolver em amor.

O tão falado carma não é, portanto, castigo; mas somente a garantia de uma nova oportunidade de expansão de consciência, de refazer um exercício cujo resultado anterior não consideramos satisfatório, de reconhecer e ancorar estados de equilíbrio.

Precisamos nos afastar dos dramas e dos julgamentos, precisamos tirar o outro a posição de personagem central das nossas dores e das nossas culpas: essa história nunca foi sobre ele!

Compreender isso é o primeiro passo. Qual é o MEU aprendizado nisso? Como eu posso agir de maneira a tornar essa experiência libertadora? Como posso aproximá-la do amor?

Pai João de Angola, no livro "Fala, Preto Velho, nos ensina:

"Não existe caminho certo nem errado. Todos os caminhos são de Deus. A pergunta melhor de ser feita é a seguinte: será que estou na direção correta?
O que necessitamos saber é se estamos seguindo o melhor rumo dentro dos caminhos da vida. Se a direção vai nos levar onde precisamos e merecemos.
Dentro dos caminhos da vida, o que vai determinar o rumo mais curto, mais útil e mais afinado com a luz é a forma como caminhamos.
(...)
Quem tem propósito e sabe o que quer, pode pegar o caminho que for, porque sempre estará na direção correta de sua libertação.
(...)
Comece por essas perguntas fundamentais e libertadoras: "Eu quero isso para mim?", "Isso vai me libertar?"

Cada experiência é uma chance de agirmos conforme o ser divino que somos e almejamos voltar a ser. Que paradoxo! Desejamos voltar a ser o que já somos?

A despeito de tudo o que já vivemos, das nossas glórias e fracassos, HOJE estamos construindo as histórias que reverberarão em nossas próximas vidas e, por que não, em nossas vidas passadas.

Já ouvimos Kryon falar sobre a não linearidade do tempo, já ouvimos falar do Efeito Mandela. Que tal, então, assimilarmos a possibilidade de que o nosso aumento de consciência hoje, pode levar luz, cura e libertação ao nosso "passado"? Que o encontro do ponto de equilíbrio em cada aspecto da nossa vida, pode reverberar em todos os momentos de desequilíbrio já vividos?

Que tal assimilarmos, também, que quando estamos prontos para levar amor e consciência a esses momentos, as linhas do tempo são trazidas, apenas que reconheçamos os momentos específicos que precisam receber esse foco e essa atenção? 

Apenas quando estamos preparados para fazer uso da Lei da Graça, é que as oportunidades nos são apresentadas. Apenas quando estamos dispostos a nos libertar e a liberar os outros dos compromissos assumidos na dor. Apenas quando temos a lucidez necessária para libertarmos os nossos agressores para a vida, pois entendemos que não é possível seguir adiante arrastando desejos ocultos de vingança.

Diante de tudo, do amor profundo que nos envolve, da grandiosidade e da imensidão do tempo, nada me parece mais correto que viver o HOJE da forma mais plena e presente possível. Aqui, sigo com Pai João de Angola:

"Ficar falando de provas do passado é uma dor muito grande, que não ajuda. O passado se foi. Agora é pensar nas coisas que precisam mudar no presente.
Mesmo quando se passa por uma prova por conta do que foi vivido em outras vidas, o que importa é a solução no agora, a libertação."

Assim também falou Mãe Maria:

"A fisicalidade traz experiências à alma. Olha a beleza dessa afirmação: a fisicalidade traz experiências à alma. Você compreende o significado disso? É chegado o tempo, minha nobre irmã, de não mais se julgar pelo passado. Vocês viveram tempos duros que os conduziram a atentar contra si próprios. E veja o que eu digo, minha querida filha: contra si próprios. Vocês atentaram contra si e mais ninguém."

Quando lemos livros que retratam situações em que vidas passadas reverberam em vidas presentes, quais são os atos mais comuns que causam esse tipo de conexão? Vitimização, terceirização de responsabilidade, desrespeito às escolhas das pessoas que amamos, bloqueios emocionais, dificuldade de perdoar, reações explosivas, etc..

Certamente já fizemos tudo isso e certamente ainda agimos assim eventualmente.

Mas já temos clareza suficiente para sentir e dar passagem, para reconhecer e sublimar, sem que o impulso se converta em comportamento, sem que seja exteriorizado, sem atentar contra o livre arbítrio do outro.

Percebam, não se trata de reprimir. Trata-se de ver, de ver profundamente o impulso, de reconhece-lo em nós, sem, entretanto, projetá-lo no outro. Trata-se de oferecer a si mesmo amor e compreensão nos momentos de maior humanidade.

Dar 100% de si, estar inteiro  e consciente em todas as situações.

Dar a essa vida o que não foi possível oferecer às demais.

Dar a si mesmo o abraço que faltou nas noites mais escuras.

Nada acontece apenas em uma dimensão, muito menos quando agimos de forma presente e consciente. Hoje, todos os meus atos, até mesmo os mais simples, são dedicados a todas as minhas existências e a todos os meus corpos. Eu reconheço a minha atemporalidade e eu crio a possibilidade de varrer a poeira da casa, organizando o meu corpo mental; de lavar a louça limpando o meu corpo emocional; de amar, de libertar e de extrair o melhor de cada um no meu caminho, curando todas as relações já vividas.

Assim, eu escolho fazer no hoje e reverberar no sempre.

Amor é consciência.

quarta-feira, 22 de maio de 2019

Releitura - Chegou a hora de entrar em erupção.




Fala-se muito sobre ser verdadeiro e transparente. 

Justifica-se falando sobre a posição do sistema solar na Via Láctea, sobre a onda fotônica, sobre o pulso galáctico, sobre a Ressonância Schumann, sobre conjunção planetária, sobre o salto de consciência e a onda de despertar em massa, entre outros.

São apenas gatilhos.

No fundo é puro amor. Esse é o desejo e esse é o plano do Criador, que já está acontecendo de fora para dentro.

E nós estamos aqui para garantir que o desejo do Criador também se manifeste de dentro para fora; para que, então, essas forças se encontrem e se potencializem.

A sinergia entre o desejo do Criador e o livre arbítrio do ser humano... não há força mais poderosa que essa.

O amor do Criador por sua criação. O amor do ser humano por si próprio.

O Criador sempre cumpriu com a sua parte nesse pacto.

Como, então, ativar a parte que nos compete? Como fazer com que o nosso campo toque e sinta o campo do Criador?

Precisamos sutilizar, precisamos ficar mais leves, mais fluidos, mais lúcidos.

Precisamos nos libertar da bagagem e dos personagens. Precisamos dissolver as justificativas que utilizamos para manter os nossos padrões de pensamento e de comportamento.

O universo está nos provendo dos meios necessários (externos) para que consigamos encontrar, internamente, a força motriz para o nosso salto de consciência: a autenticidade, aquela assinatura só nossa.

A verdade interior é um tesouro que só se apresenta aos corajosos.

Para chegar até ela, precisamos olhar, uma a uma, as nossas convicções, as nossas histórias, as nossas dores (que muitas vezes são os alicerces da persona que representamos nessa vida).

Percebam: quais são as histórias que mais contamos sobre nós mesmos? Somos capazes de relacionar com rapidez os traumas e desapontamentos que sofremos. Mas é com relativa dificuldade que relacionamos alguns momentos de felicidade e plenitude. É quase como se não existissem de verdade.

Precisamos inverter essa regra. Precisamos parar de alimentar o nosso corpo de dor e retomar a nossa autonomia.

A verdade interior não se esconde atrás de muletas. A nossa parte no pacto é, então, nos livrarmos das muletas uma a uma.

Precisamos voltar o olhar para dentro.

Precisamos permitir que toda essa energia velha e estagnada seja chacoalhada e precisamos passar a agradecer por esse processo.

Precisamos nos posicionar como agentes de mudança da própria vida, antes de buscar revoluções externas.

Precisamos ser absolutamente sinceros conosco, percebendo que nunca (nunca!) é sobre os outros.

Precisamos viver a nossa essência e permitir que o outro viva a dele, que também é bonita.

Precisamos assumir plena responsabilidade sobre a nossa vida, sobre as escolhas que fizemos e fazemos.

Precisamos olhar para a nossa própria vida com os olhos do ser soberano que, sim, pode viver conforme a própria natureza e que pode escolher diferente daqui para frente.

Precisamos respeitar, amar e acolher a nós mesmos, na nossa mais pura representação na terceira dimensão – lindo e feio, feliz e triste, luz e sombra.

Precisamos aprender a não usar nada, nem ninguém, de bode expiatório. Jamais transferir responsabilidades.

Apenas quando nos acolhemos por completo, quando nos permitimos ser autênticos em qualquer situação, é que aprendemos o amor incondicional – que apenas extravasará de nós.

A desconexão com a própria essência custa muito caro. Fragmenta, separa, esvazia. Tornamo-nos dependentes, reféns do humor e da postura dos outros, da aprovação dos outros, da presença dos outros.

Precisamos tomar consciência de nós mesmos, da forma de agir e de reagir, das emoções e do corpo, das necessidades, das paixões, da dinâmica do dar e do receber na nossa vida.

Precisamos trabalhar o desapego e aqui eu me refiro a desapegar-se da própria “imagem”.

Liberar-se da preocupação com o que os outros pensam, com o que os outros esperam, com o julgamento, com a crítica – lembrando-se que o “externo”, que nos aguarda, é o Criador e ele está cumprindo com a sua parte do pacto.

Liberar-se do medo do novo, confiando nesse universo de amor cujo fluxo nos circunda.

Liberar-se dos conceitos de certo e errado, para que o nosso agir não seja condicionado pelo medo da punição, do troco, do castigo – mas pela consciência e pelo discernimento.

Esse é o momento da nossa ressurreição. Renascer em vida, para a vida. 

Sobreviver não é uma opção para quem não cabe dentro de si.

Chegou a hora de entrar em erupção.


quinta-feira, 2 de maio de 2019

Sobre tornar sagrado





O que é verdadeiramente nosso?

Objetos? Pessoas? Dinheiro? Imagem?

Nada disso é verdadeiramente nosso, mas as experiências fruto desses relacionamentos, essas são verdadeiramente nossas.

A forma com que eu me aproprio do que é, hoje, meu.

A forma com que eu reconheço o meu lugar no mundo.

A forma com que eu reconheço os seres que me acompanham de perto na jornada e aprendo a vê-los como espelhos, honrando a proposta de vida com a qual nos comprometemos.

A forma com que eu respeito o meu corpo e desejo vê-lo saudável, livre e desbloqueado.

Por meio do nosso olhar, da nossa observação, tudo o que um dia nos pareceu mundano torna-se sagrado.

A minha casa não irá comigo quando eu deixar a Terra, mas, enquanto eu estiver lá, ela será amada e honrada. Cada elemental que faz parte das suas paredes, cada planta que surge espontaneamente em seu solo, cada pássaro que, no verão, divide a piscina com os meus filhos. Aquele lugar será melhor depois da minha passagem por ele.

O meu corpo não irá comigo quando eu deixar a Terra, mas, por meio dele, eu aprenderei mais sobre as minhas emoções, sobre as minhas escolhas e sobre o prazer. Vê-lo em funcionamento, vê-lo em movimento, tocar o chão com os pés, sentir a água cair sobre a pele, sentir o sabor dos alimentos preferidos, sentir os corações batendo juntos em um abraço. E as mãos? Sou fascinada por elas: transformam tudo em bênçãos.

O meu marido não irá comigo quando eu deixar a Terra, mas, enquanto estiver ao meu lado, eu observarei, extasiada e honrada, cada passo seu, cada escolha e cada processo. O seu cheiro, o seu toque, a sua voz. A cor dos seus olhos e da sua pele. Ele é o palco dos meus mais profundos processos, a minha sala de espelhos. Ele fundiu o seu DNA ao meu, dando-me a oportunidade de receber, neste planeta, dois seres abençoados, dois grandes professores para nós dois. Não é possível expressar em palavras a intensidade do meu desejo de me abrir por completo e de recebê-lo por completo.

Percebem o quanto é grande a diferença entre um conhecimento reproduzido e um conhecimento que é fruto de experiência pessoal? Existe um abismo entre elas.

Observar, destrinchar e compreender os processos que se desenrolam em nossa própria vida – essa é a experiência mais rica que esse planeta pode nos oferecer. Nada é simples, nada é o que parece, nada pode ser esgotado pelos nossos sentidos.

Reconhecer a grandeza latente dentro de si mesmo é um serviço que se faz a toda a humanidade. Uma vez encontrada dentro, ela será perseguida em todas as pessoas que cruzarem o nosso caminho. Jamais nos contentaremos com a superfície. Veremos além, ouviremos além, tocaremos além.

As nossas experiências, devidamente reconhecidas e assimiladas, tornam-se a chave de acesso para o universo particular do outro. Como disse Brenè Brown:

“A empatia é uma escolha vulnerável, pois para me conectar a você, eu tenho que me conectar com algo dentro de mim que reconhece esse sentimento.”

Não poderia deixar de citar o Pequeno Príncipe:

“Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste. Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo.
(...)
Não soube compreender coisa alguma! Devia tê-la julgado pelos atos, não pelas palavras. Ela me perfumava, me iluminava... Não devia jamais ter fugido. Devia ter-lhe adivinhado a ternura sob os seus pobres ardis. São tão contraditórias as flores! Mas eu era jovem demais para saber amar.”

Apenas após a sua jornada pessoal, apenas após viver as suas próprias experiências, é que o Pequeno Príncipe foi capaz de reconhecer a grandeza que existia na simplicidade do seu planetinha, bem como a complexidade e a beleza do seu relacionamento com a rosa.

Ela não sabia dar-lhe o que ele esperava. E ele não sabia receber o que ela tinha a oferecer.

Quão profundo pode ser esse ensinamento?

Quão valiosas são as experiências de verdadeira conexão com as pessoas?

Quão importante é o reconhecimento da vulnerabilidade para o desenrolar das nossas relações?

Quão necessário é reconhecermos e respeitarmos o ritmo com que o outro caminha?

Quanta disponibilidade e atenção são necessárias para não projetarmos sobre os outros e não aceitarmos as projeções que fazem sobre nós?

Quanta resiliência é necessária para elevarmos a nossa cabeça e nos reconhecermos como seres dignos e merecedores, apesar de qualquer passo equivocado que tenha sido dado ao longo do caminho?

Quanta força é necessária para enfrentarmos a dor de termos desrespeitado a nós mesmos, de termos nos diminuído para caber na vida de algumas pessoas, de termos acolhido o papel de vítima, de termos nos despedaçado até a alma?

Pode parecer um paradoxo, mas a profundidade nos traz leveza e a vulnerabilidade nos traz força, muita força.

Apenas após mergulhar profundamente dentro de mim e me entregar de corpo e alma ao que eu, de fato, era - sem drama e sem historinha bonita, cheia de justificativas -, é que eu fui capaz de retornar ao meu planetinha e, pela primeira vez, olhá-lo com ternura, gratidão e responsabilidade.

Percebi, claramente, que todas as vezes em que eu me senti vazia, foi por não saber receber o que o outro tinha a oferecer, por esperar diferente, por criar expectativas.

Eu desejava ardentemente que alguém me entregasse o que, em mim, faltava.
Claro como o dia, a minha vivência em relação às emoções, aos chakras e aos desequilíbrios não é nada técnica, nem se encaixa em regras.

Não existe fórmula mágica, mas existe uma coisa que não pode faltar: o desejo de ir fundo em si mesmo, de se libertar do que quer que seja que nos escraviza, que nos faz menores e dependentes.

Finalizo com um trecho de Og Mandino:

Sente minha mão. Ouve minhas palavras. Precisas de mim... e eu preciso de ti. Temos um mundo a reconstruir... e se tal requer um milagre, o que é isso para nós? Ambos somos milagres, e agora temos um ao outro.

Não fiz qualquer outro esforço para aperfeiçoar-te em todos esses anos. Pois como se poderia aperfeiçoar um milagre? Tu eras uma maravilha a contemplar e eu me satisfiz. Dei-te este mundo e o domínio sobre ele. Dei-te o poder de imaginar. Depois, a fim de te capacitar a alcançar teu pleno potencial, coloquei minha mão em ti, mais uma vez e dotei-te de poderes desconhecidos a qualquer outra criatura do Universo, até o dia de hoje.

Dei-te o poder de pensar. Dei-te o poder de amar. Dei-te o poder de querer. Dei-te o poder de rir. Dei-te o poder de imaginar. Dei-te o poder de criar. Dei-te o poder de planejar. Dei-te o poder de falar. Dei-te o poder de orar. Meu orgulho em ti não conheceu limites. Eras  minha criação suprema, meu milagre maior.

 Um ser vivo completo, criatura que pode ajustar-se a qualquer clima, a qualquer vicissitude, a qualquer desafio. Criatura que pode cuidar de seu próprio destino sem qualquer interferência minha. Criatura que pode traduzir uma sensação ou percepção, não por instinto, mas por pensamento e deliberação, levando-a a qualquer ato que fosse melhor para ela e para toda a humanidade.

Assim chegamos à Quarta Lei de êxito e felicidade... pois eu te dei um poder mais, poder tão grande que nem mesmo meus anjos o possuíam...Eu te dei...poder de escolher. Com este Dom, coloquei-te acima até mesmo dos meus anjos... pois os anjos não tem a liberdade de escolher o pecado.

Dei-te o controle completo sobre o teu destino. Eu te disse para determinares, por ti próprio, tua própria natureza, de acordo com tua própria vontade livre.

Nem divino, nem terreno em natureza, estavas livre para modelar-te na forma que preferisses.

Tinhas o poder de escolher a degeneração para formas mais baixas de vida, mas também tinhas o poder, pelo juízo de tua alma, de renascer nas formas mais elevadas, que são divinas.

Nunca retirei o teu grande poder, o poder de escolher. O que fizeste com esta força tremenda? Olha para ti mesmo. Pensa nas escolhas que fizeste em tua vida e lembra, agora, aqueles momentos amargos em que cairias de joelhos se, ao menos, tivesses a oportunidade de voltar a escolher. O que passou, passou... e agora, tu conheces a Quarta grande lei da felicidade e êxito... usa com sabedoria o poder da tua escolha.

Escolhe amar...em vez de odiar.
Escolhe rir...em vez de chorar.
Escolhe criar...em vez de destruir.
Escolhe perseverar...em vez de desistir.
Escolhe louvar...em vez de difamar.
Escolhe curar...em vez de ferir.
Escolhe dar...em vez de roubar.
Escolhe agir...em vez de lamentar.
Escolhe crescer...em vez de apodrecer.
Escolhe orar...em vez de amaldiçoar.
Escolhe viver...em vez de morrer.

Agora sabes que teus infortúnios não foram a minha vontade, pois todo o poder estava depositado em ti, e o acúmulo de feitos e pensamentos que te colocaram no refugo da humanidade foram tua obra, não minha.

Meus dons de poder foram grandes demais para tua natureza pequena. Agora tu te tornaste alto, sábio, e os frutos da terra serão teus. És mais do que um ser humano. És capaz de grandes maravilhas. Teu potencial é ilimitado. Quem mais, entre minhas criaturas, conquistou o fogo? Quem mais, entre minhas criaturas, conquistou a gravidade, perfurou os céus, dominou a doença e a pestilência e a seca?

Nunca mais voltes a te diminuir! Nunca mais te conformes com as migalhas da vida! Nunca mais escondas teus talentos, a partir deste dia!
Lembra-te da criança que diz: "quando eu for grande..." Mas o que é isso? Pois o menino grande diz: "Quando eu crescer..." E quando crescido, , ele diz: "Quando eu me casar..." Mas estar casado, o que é isto, afinal? O pensamento transforma-se então para: "Quando eu me aposentar..." E então, chega a aposentadoria, e ele lança o olhar sobre a paisagem que atravessou; o vento frio sopra sobre ele e, de algum modo, ele perdeu tudo aquilo, e o que queria desapareceu.

Desfruta este dia, hoje... e amanhã, amanhã. Executaste o maior milagre do mundo. Voltaste de uma morte viva. Não mais sentirás autocomiseração, e cada dia será um desafio e uma alegria. Tu renasceste... mas, exatamente como antes, podes escolher o fracasso e o desalento, ou o êxito e a felicidade. A escolha é tua. A escolha é exclusivamente tua. Eu só posso observar como antes... com satisfação... ou pesar.

Lembra-te, então, das quatro leis da felicidade e êxito.

Conta tuas bênçãos.
Proclama tua raridade.
Anda mais uma milha.
Usa sabiamente o teu poder de escolha.

E mais uma, para completar as quatro outras. Faz todas as coisas com amor... amor por ti próprio, amor por todos os outros, amor por mim. Enxuga tuas lágrimas. Estende a mão, apanha a minha, põe-te ereto. Deixa-me retirar as mortalhas sepulcrais que te envolviam. Neste dia, foste notificado.

TU ÉS O MAIOR MILAGRE DO MUNDO!