quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Integrar-se é uma escolha


Já pensou como seria, se, em vez de criticar o outro, o novo, o diferente; as pessoas tentassem se integrar? Como seria a nossa vida se o nosso impulso fosse acolher o novo, em vez de repeli-lo com tanta força?


Grande parte dos adultos e idosos que passaram anos reclamando das redes sociais e criticando o estabelecimento de relacionamentos "virtuais", hoje estão plenamente integrados. Encontraram amigos da escola no Facebook, participam de grupos no Whatsapp, acompanham blogs e, sim, interagem lindamente. Eu mesma tenho grandes amigos que eu nunca vi pessoalmente.


Seriam, as redes sociais amortecedores da existência? A passagem para um lugar fictício, a fim de fugir da própria realidade? Meios para exposição de uma realidade irreal? Até podem ser. Mas para mim e para todos os que estão lendo esse texto, acredito que sejam excelentes instrumentos de integração, busca e disseminação de conteúdo.

As fugas ocorrem das mais diversas formas e elas são uma condição pessoal, que se vale dos mais variados instrumentos de escape, presentes em todos os excessos: comida, bebida, exercício, sexo, redes sociais, estudo, religião, exposição, drogas, grosseria, trabalho.

Enquanto não estivermos preparados para olhar para nós mesmos (enfrentar o nosso passado e acolher as nossas falhas) e estabelecer uma relação de amor e confiança com a vida, qualquer amortecedor serve. E está tudo certo.

O passo em direção ao interior só pode ser dado pelo próprio ser, essa caixa não pode ser aberta por outra pessoa.

Mas enquanto não há o enfrentamento, andamos em círculos - e podemos girar por toda a vida, de amortecedor em amortecedor, muitas vezes resvalando em quem está a nossa volta.

Somente quando nos entendemos responsáveis por todas as experiências que vivemos, é que conseguimos virar o disco e encerrar esse ciclo. Responsabilidade. Soberania.

Precisamos encarar os nossos medos, as nossas culpas, os nossos arrependimentos, as nossas dores, e, então, perdoarmos de todo coração a nós mesmos e aos outros (que apenas foram instrumentos de aprendizado).

Muda-se a perspectiva.

Não há culpa, não há dívida, não há rancor, não há passado. Há somente aprendizado, crescimento e gratidão.

Não há futuro. Há presente. Há entrega. Há confiança.

Não há o outro. Há nós. Há uma grande consciência.

Não há competição. Há integração. Há serviço.


Ser e estar inteiro é um passo de muita coragem e muita responsabilidade. Uma vez dado, caem por terra todas as crenças, todas as instituições, todos os sistemas e condicionamentos.

Ainda assim, é só uma escolha.

Escolha!

"Nosso maior medo não é o de que sejamos incapazes. Nosso maior medo é que sejamos poderosos além da medida. É nossa luz, não nossa escuridão, que mais nos amedronta. Nos perguntamos: "Quem sou eu para ser brilhante, atraente, talentoso e incrível?" Na verdade, quem é você para não ser tudo isso?...Bancar o pequeno não ajuda o mundo. Não há nada de brilhante em encolher-se para que as outras pessoas não se sintam inseguras em torno de você. E à medida que deixamos nossa própria luz brilhar, inconscientemente damos às outras pessoas permissão para fazer o mesmo."
Mandela


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