terça-feira, 9 de agosto de 2016

Cative-me e saberás!


O Pequeno Príncipe é, para mim, um livro de respostas - mesmo quando não tenho perguntas.


Hoje cedo, enquanto falava com Jesus, veio um trecho do livro na minha cabeça (não questiono mais a forma com que as coisas acontecem, apenas acolho e agradeço): "Vai rever as rosas. Tu compreenderás que a tua é a única no mundo.."


Resolvi voltar a ler esse capítulo do livro e percebi que em poucas frases estava traduzido o sentimento que eu trago no peito nessas últimas semanas:


"- Vem brincar comigo - propôs ele. - Estou tão triste...
-Eu não posso brincar contigo - disse a raposa. - Não me cativaram ainda.
- Ah! Desculpa - disse o principezinho.
Mas, após refletir, acrescentou:
- Que quer dizer "cativar"? (...)
- É algo quase sempre esquecido - disse a raposa. Significa "criar laços"...
- Criar laços?"
- (...) Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo... (...)
- Por favor... cativa-me! disse ela. (...)

- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer alguma coisa. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!



Somos todos instrumentos uns dos outros e estamos todos carentes.



Precisamos voltar a nos relacionar e dar ao outro o que nos é mais caro: o nosso tempo. Mas como a raposa, não queremos mais saber de superficialidade, queremos falar de vida, de planos, de medos, de segredos, de habilidades, de sonhos, de milagres. Queremos sentir o corpo e a voz tremerem durante a conversa, como quem diz: estamos conectados e vibrando juntos!



Precisamos olhar nos olhos e receber verdadeiramente o outro: cativá-lo, descascá-lo, sentí-lo e, sim, responsabilizar-nos pelo milagre que temos o poder de operar naquela vida. Nós jamais esqueceremos os momentos em que fomos verdadeiramente vistos, em que fomos aceitos exatamente como somos, em que fomos amados sem jogos, em que fomos compreendidos.



É chegado o tempo de parar de focar nas coisas que não gostamos, mas que não podemos (imediatamente) mudar. Reclamar serve apenas para manter a atenção longe dos muros e barreiras que construímos, porque assim estamos apenas enxergando o outro.



Promova mudanças no seu universo particular.



Em vez de reclamar da mãe, criticar o chefe, julgar as opções dos seus amigos, escolha silenciar e abrir um espaço amoroso entre vocês. Cada um deles é uma manifestação de Deus cumprindo um propósito específico.



Não se surpreenda se, ao assumir a posição de instrumento de amor, em vez de apenas ajudar a resolver os problemas do outro, sentir-se profundamente ajudado.



Eu não sou uma pessoa como cem mil outras. Cative-me e saberás!

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