Estudamos algoritmos, logaritmos, regência verbal, geometria analítica, "lógica" (entre aspas mesmo, porque aquela tabela verdade é ilógica), ângulos, vetores.
Quem dera estudássemos contemplação.
A natureza é uma professora muito silenciosa, que se coloca a serviço através do exemplo. Observá-la é como ler o livro da vida.
Nela, como em todo o universo, há padrões que se repetem no microcosmo e no macrocosmo. Um deles é a existência de ciclos.
As estações do ano, o dia e a noite, as fases da lua.
Tudo tem o tempo certo. Um ciclo se curva ao outro em uma dança interminável.
Acolhe. Germina. Doa.
Despedaça-se. Cura-se. Reconstrói-se.
E nós...
Por que nós vivemos com tanta pressa?
Por que atropelamos o tempo de maturação das coisas?
Por que damos o que não temos?
Por que tentamos reconstruir a vida antes de nos curarmos?
Por que insistimos em arrastar o passado, as pessoas e as coisas conosco?
O Outono se foi e, como sempre, deu o seu recado: precisamos nos desapegar, precisamos deixar ir o que não nos serve, precisamos nos renovar.
Somente após esse ciclo de auto-observação e de profunda libertação, é que poderemos viver com intensidade o inverno: a interiorização, o silêncio, a seleção das sementes que desejamos ver florescer na nossa próxima primavera.
Em um mundo em que tudo parece instantâneo, a natureza nos ensina a paciência.
Em um mundo em que tudo parece fora de controle, a natureza nos ensina a resiliência.
Em um mundo em que a superficialidade reina, a natureza nos ensina que apenas a profundidade pode nos manter eretos.
Em um mundo em que o egoísmo impera, ela nos ensina que a única coisa que precisamos nos preocupar é com o que doamos.
Em um mundo em que se estimula a individualidade, ela nos ensina que estamos todos conectados e que somos interdependentes.
Aceite esse convite da unidade e conheça o sentimento de pertencimento.
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