terça-feira, 9 de agosto de 2016

Os ciclos que somos




Estudamos algoritmos, logaritmos, regência verbal, geometria analítica, "lógica" (entre aspas mesmo, porque aquela tabela verdade é ilógica), ângulos, vetores.

Quem dera estudássemos contemplação.

A natureza é uma professora muito silenciosa, que se coloca a serviço através do exemplo. Observá-la é como ler o livro da vida.

Nela, como em todo o universo, há padrões que se repetem no microcosmo e no macrocosmo. Um deles é a existência de ciclos.

As estações do ano, o dia e a noite, as fases da lua.

Tudo tem o tempo certo. Um ciclo se curva ao outro em uma dança interminável.

Acolhe. Germina. Doa.

Despedaça-se. Cura-se. Reconstrói-se.

E nós...

Por que nós vivemos com tanta pressa?

Por que atropelamos o tempo de maturação das coisas?

Por que damos o que não temos?

Por que tentamos reconstruir a vida antes de nos curarmos?

Por que insistimos em arrastar o passado, as pessoas e as coisas conosco?

O Outono se foi e, como sempre, deu o seu recado: precisamos nos desapegar, precisamos deixar ir o que não nos serve, precisamos nos renovar.

Somente após esse ciclo de auto-observação e de profunda libertação, é que poderemos viver com intensidade o inverno: a interiorização, o silêncio, a seleção das sementes que desejamos ver florescer na nossa próxima primavera.

Em um mundo em que tudo parece instantâneo, a natureza nos ensina a paciência.

Em um mundo em que tudo parece fora de controle, a natureza nos ensina a resiliência.

Em um mundo em que a superficialidade reina, a natureza nos ensina que apenas a profundidade pode nos manter eretos.

Em um mundo em que o egoísmo impera, ela nos ensina que a única coisa que precisamos nos preocupar é com o que doamos.

Em um mundo em que se estimula a individualidade, ela nos ensina que estamos todos conectados e que somos interdependentes.

Aceite esse convite da unidade e conheça o sentimento de pertencimento.



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