Ele se mostra presente em cada conversa, em cada música, em cada propaganda de margarina.
Tudo te remete àquele incômodo.
Você o sente no corpo, o coração descompassa, o estômago revira, a garganta aperta - que instrumento mais inteligente! O corpo, definitivamente, é um dos canais de comunicação com a vontade da nossa alma. Quando nenhum outro sinal foi percebido, no corpo ele não poderá ser ignorado.
O corpo materializa as emoções não digeridas, as insatisfações, as frustrações, os arrependimentos, a ansiedade, o medo.
Podemos recorrer à "Neosa", ao Omeprazol, à Maracujina. Sim, podemos postergar o enfrentamento. Podemos postergá-lo indefinidamente: salva-se a mente, deteriora-se o corpo. Resolve-se a consequência, mascara-se a causa.
Nada existe em nós por engano, tudo serve a um propósito e - pasme - foi estrategicamente escolhido por você mesmo. Cada característica sua, cada fraqueza, cada "erro". É como um jogo em que você monta um personagem: escolhe a cor do cabelo, a altura, os pontos fortes e os pontos fracos - e o Pai te assiste jogar doido pra dar palpite, afinal ele já passou por todas as fases!
O primeiro ponto de mudança é: sou responsável (e não vítima). Quando assumimos a consciência da responsabilidade, é inevitável fazermos uma retrospectiva da vida, dos momentos em que nos sentimos oprimidos, atacados, subjugados. Revivemos mentalmente alguns dramas, para que possam ser ressignificados pelo ser (agora) consciente.
A raiva, o medo, a culpa e as mágoas transformam-se em perdão, em profunda gratidão.
Vejo que há seres que se dispuseram a participar do meu plano de alma justamente para que que eu pudesse experimentar a materialidade, a dualidade, o ego e, quiçá, em meio a tudo isso, despertar!
São apenas outros jogadores. Quando o jogo acaba, voltamos todos para casa e nos sentamos à mesa com o Pai. Jogamos bem? Jogamos mal? Não importa, mas se quisermos, podemos acolher as dicas e voltar a jogar.
Mas que é que eu preciso saber?
Apenas que você não é o personagem. Lembrar-se do ser. Lembrar-se da responsabilidade. Lembrar-se do que te moveu a jogar. Lembrar-se que cada um é uma peça que deseja contribuir com o aprendizado que você escolheu (e escolhe) vivenciar.
Aí você está pronto para mais um passo: aceitar as dicas do Pai e fazer do seu corpo um instrumento de amor, de leveza, de paz, de alegria. Percebe que através dele pode mover-se divinamente entre as pessoas, sendo essência e reconhecendo essências, sendo generoso, respeitando, tolerando, acolhendo.
O jogo da colaboração. Paradoxo?
Sim, divino paradoxo.
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