sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Precisamos ressignificar o amor











Despertar significa, basicamente, sair de um estado de adormecimento.

Somos mantidos nesse estado pelos mais diversos sistemas em que estamos inseridos, os quais nos mantêm reféns através dos sentimentos de medo/insegurança e, até mesmo, de pertencimento/segurança.

Identificamos claramente esse processo quando pensamos em religião, trabalho, política, mídia, indústria farmacêutica. 

Mas será que é possível sermos reféns de relacionamentos?

Sabe-se que as relações familiares são, basicamente, cármicas. Trazem em si as maiores lições de perdão e tolerância que viveremos.

As relações amorosas malsucedidas, por sua vez, parecem existir para nos ensinar uma única lição: amor próprio.

Esses “relacionamentos” são jogos sem vencedores. Baseiam-se em tentativas frustradas de garantir a permanência do outro (aprisionamento), em abrir mão – ou exigir que o outro abra mão – de hobbies e prazeres que não são comuns ao casal (sacrifícios), em reivindicar presença e companhia, na esperança de promover mudanças substanciais no outro, para que, então, haja um encaixe perfeito.

Percebem quanto desamor há na “relação” que nos foi apresentada como “relacionamento”?

Façam o exercício de tentar encontrar o amor nos hábitos doentes que desenvolvemos ao longo dos “relacionamentos amorosos” que vivemos durante a vida.

Comportamentos autodestrutivos. Ciclos de autossabotagem. Círculos viciosos de apego e dependência.

Apenas após o acolhimento integral da perfeição do nosso ser é que aprendemos a nos posicionar, nos empoderamos e estabelecemos limites a partir dos quais não cedemos.

Apenas após a construção de um relacionamento saudável com o nosso eu, é que vibraremos de forma compatível com outro alguém que também se ama e se respeita – que vai nos amar e nos respeitar.

Apenas após identificarmos e compreendermos os processos psicológicos que vivemos, as consequências emocionais das experiências de vida que tivemos e a forma com que elas se projetam no nosso presente (e garantem a sua propagação no futuro), é que conseguiremos promover as mudanças pessoais mais necessárias. 

Não precisamos de mais garantias, de mais certezas, de mais amarras.

Não precisamos receber mais amor. 

Precisamos ressignificar o amor. 

Precisamos aprender a amar, para, então, ensinar a amar.

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