sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

O espírito do Natal

 



Simbolicamente, hoje, celebramos o nascimento de um grande revolucionário.

Em meio às expectativas, ele se mostrou fiel ao seu tempo e aos seus próprios planos.

Em meio aos sacrifícios realizados em honra a Deus, ele nos ensinou que a integridade basta.

Em meio ao poder e ao dinheiro, ele afirmou que o verdadeiro tesouro é interno e que não devemos construir casas em pontes.

Em meio aos julgamentos e às punições, ele restaurou a dignidade de cada um que cruzou o seu caminho.

Em meio a uma sociedade hipócrita, em que mãos imundas recolhiam pedras para atirar, ele mostrou como usá-las para curar e abençoar.

Ele defendeu a adúltera, caminhou ao lado de mulheres fortes, sentou à mesa com um coletor de impostos, morreu para não ver corrompidos os seus valores.

Tão longe e tão perto. 

Tão antigo e tão atual.

Tão passado e tão presente.

Morto e vivo.

Para mim, esse é o espírito do Natal: reconhecimento do potencial de cura e de transformação que existe em cada um de nós.

Transformar a raiva em perdão.

Transformar o medo em coragem.

Transformar a inércia em palavras, em gestos, em inícios.

Transformar a dor em aprendizado.

Transformar o adeus em até logo.

Transformar o foco em expansão do olhar.

Que, pelo menos hoje, sejamos capazes de coisas ainda mais grandiosas, de atos que nos engrandeçam como seres humanos, que nos reaproximem, que nos expandam.

Que tomemos força para romper os ciclos de dor.

Que, além de orar, encontremos força para agir, para escolher diferente e melhor.

Que, de hoje em diante, a memória desse ser grandioso que se fez homem, seja estímulo suficiente para vivermos em Natal.







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