terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Estrada de tijolos amarelos

 



A curiosidade sempre foi minha companheira.

Sempre questionei, sempre fui sedenta por novos horizontes, novas possibilidades, novas habilidades.

Caminho sobre a Terra como se em busca de algo valioso a acrescentar para o espírito infinito que escolheu essa experiência como Talita.

Estou sempre à busca de tesouros e é esse o movimento que perfuma o que eu tenho de mais puro.

Antigamente, quem me via pela primeira vez tinha a impressão de estar conhecendo uma criança, um ser exposto, espontâneo e amoroso.

Às vezes eu sinto falta de mim.

O que eu ganho em discernimento, perco em espontaneidade.

O que eu ganho em conhecimento, perco em inocência.

Onde está a beleza, se não na verdade? Onde está a riqueza, se não no fruto das experiências, na sua mais profunda compreensão?

Não importa a direção que eu escolha, a estrada de tijolos amarelos sempre me leva às profundezas do meu ser, onde me ensina a amar profundamente as sombras.

Não é sobre o que a luz ilumina, é sobre o que ela esconde.

Não é sobre o que uma pessoa demonstra ser, é sobre o que ela se envergonha.

Não é sobre o que uma situação parece ser, é sobre o que, em mim, dá sustentação a ela.

É como viver olhando uma caixa de joias, mas fascinada pelo formato da sua sombra.

Nada mais se esconde de você, nem por medo, nem por vergonha, nem por incompreensão.

Então, um amor que você desconhecia toma conta de você e dá sentido à sua vida, ensinando que tudo em você é digno de amor.


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