quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Natal 2020!

 



Acordei com algumas mensagens de Natal, votos de renascimento, de tempos melhores.

Mas eu só conseguia pensar no quanto Jesus foi um revolucionário. Um homem de carne e osso que caminhou mostrando às pessoas que, sim, podemos ser melhores. Mostrando que não existe nada que nos marque definitivamente: sempre podemos escolher uma nova estrada. Mostrando que algumas coisas não deixam de ser erradas, só porque todo mundo está fazendo – trazendo a responsabilidade pela transformação individual, por novos olhares para a as mesmas coisas.

Nem sei dizer o quanto eu gostaria de ter ouvido tudo isso direto daquela boca sorridente, enquanto caminhava ao seu lado, compartilhando sóis e luas, chuvas, fogueiras, alimentos, quiçá danças. Sim, eu o vejo dançando e sorrindo.

Hoje o dia caminha a passos lentos, mostrando como os meus pensamentos podem se conectar com o coração. Passo o dia em estado de graça.

Enquanto preparo os alimentos, enquanto coloco o melhor de mim em tudo o que toco, não deixo de pensar: como transcender onde estou, para chegar onde quero ir? Mais: como aplicar na vida todo o conhecimento que acumulei, se grande parte do mundo apenas espera que eu seja manobrável? Como manifestar a minha perfeita expressão própria?

Essas são, para mim, as perguntas de Natal que se transformam em votos:

“Que a lembrança do nascimento de Jesus nos traga a certeza de que a vida demanda evolução, de que cabe a cada um de nós a transformação do que recebemos em algo melhor e mais refinado, de que podemos escolher dar passagem ao amor e caminhar pela vida como bênçãos.”

Que eu siga modificando todas as minhas certezas e que eu seja capaz de me portar como uma revolucionária na minha própria vida. Que eu tenha a disposição necessária para sair dessa vida melhor do que eu cheguei, para depurar as informações que fazem parte do meu corpo e da minha psique, para aliviar as amarras dos condicionamentos e chegar cada vez mais perto da liberdade.

Foi isso que aprendi com Jesus: a dar voz à minha própria expressão e dançar pela vida de um jeito que só eu sei. Esse é o meu maior serviço.

Amar.

Sorrir.

Revolucionar.

 

 


terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Estrada de tijolos amarelos

 



A curiosidade sempre foi minha companheira.

Sempre questionei, sempre fui sedenta por novos horizontes, novas possibilidades, novas habilidades.

Caminho sobre a Terra como se em busca de algo valioso a acrescentar para o espírito infinito que escolheu essa experiência como Talita.

Estou sempre à busca de tesouros e é esse o movimento que perfuma o que eu tenho de mais puro.

Antigamente, quem me via pela primeira vez tinha a impressão de estar conhecendo uma criança, um ser exposto, espontâneo e amoroso.

Às vezes eu sinto falta de mim.

O que eu ganho em discernimento, perco em espontaneidade.

O que eu ganho em conhecimento, perco em inocência.

Onde está a beleza, se não na verdade? Onde está a riqueza, se não no fruto das experiências, na sua mais profunda compreensão?

Não importa a direção que eu escolha, a estrada de tijolos amarelos sempre me leva às profundezas do meu ser, onde me ensina a amar profundamente as sombras.

Não é sobre o que a luz ilumina, é sobre o que ela esconde.

Não é sobre o que uma pessoa demonstra ser, é sobre o que ela se envergonha.

Não é sobre o que uma situação parece ser, é sobre o que, em mim, dá sustentação a ela.

É como viver olhando uma caixa de joias, mas fascinada pelo formato da sua sombra.

Nada mais se esconde de você, nem por medo, nem por vergonha, nem por incompreensão.

Então, um amor que você desconhecia toma conta de você e dá sentido à sua vida, ensinando que tudo em você é digno de amor.