terça-feira, 24 de dezembro de 2019
Em Natal...
Neste dia em que a energia coletiva dá legalidade à vulnerabilidade, desejo me conectar profundamente com o tesouro que reside dentro de mim.
Esse cristal que permanece intacto, que guarda a memória da divindade que Eu Sou e que dá passagem ao santo ser Crístico, hoje, reverbera em nossos olhares, em nossas famílias, em nossas mesas.
Hoje, derrubamos as barreiras que nos impedem de dar e receber amor.
Hoje, relevamos as desavenças e perdoamos as ofensas.
Hoje, desejamos abraçar (ainda que com palavras) quem é incapaz de se mover em direção a nós.
Hoje, nós transbordamos, nós oferecemos mais do que temos, nós nos movimentamos mais do que achávamos ser capazes.
Natal deixou de ser substantivo, para nascer em nossos corações como verbo, impelindo-nos a agir em relação ao que nos é mais valioso (e vivemos a negligenciar): os nossos relacionamentos.
Hoje, eles são a nossa prioridade. Movemos montanhas e percorremos distâncias inacreditáveis para dividirmos a mesa com quem nos é mais caro.
Manifestamos o melhor da nossa humanidade.
Silencie, observe e sinta essa energia, para que seja capaz de reconhecê-la e ativá-la nos demais dias do ano.
Que a permissão coletiva ative em todos nós a força necessária para o nascimento de um novo eu.
Que nós recebamos, nos dias que seguem, abraços sinceros e demorados, como os que recebemos hoje.
Que sejamos capazes de sustentar a frequência do amor, apesar dos desafios.
Em Natal, Talita
sexta-feira, 22 de novembro de 2019
A Reconexão
Aceitamos viver
sucessivas experiências em um universo material, em um orbe de terceira
dimensão e em transição.
O que poderia ser mais
complexo e agitado que isso?
Como servir nessas
circunstâncias?
Como encontrar alguma
verdade útil em meio aos conceitos que temos consumido com tanta voracidade?
Fomos doutrinados a
procurar os anjos no céu, Deus através de intermediários, as verdades em
livros, a salvação por meio da dor e do sacrifício.
Inorgânico.
Mecânico.
Desumano.
Em algum ponto da
caminhada essa desconexão se tornou tão dolorosa, que fomos forçados a reconhecê-la.
Questionar era quase
uma traição às forças que nos mantinham fixados a essa frequência: família,
sociedade, inconsciente coletivo.
Mas havia tantas
estradas... tantos e tantos conceitos, vozes, ideias.
Entramos e saímos de
muitas delas, o que nos fortaleceu em discernimento e em reconhecimento da própria
mestria.
Até que, em um certo dia,
chegamos a um caminho virgem, vivo, pulsante.
Lá não havia estrada
alguma, sequer uma trilha em meio à mata.
Colocamos os pés
descalços sobre a vegetação úmida e, em um instante, toda a floresta despertou.
O cheiro da vegetação,
as folhas das árvores balançando com o vento e deixando os raios do sol passarem com
intermitência, o som dos pássaros e dos cursos d’água. Tudo parecia se
movimentar em conjunto.
Não demoramos a
perceber que havia algo a mais. Algo que não podíamos ver, nem tocar. Ao mesmo
tempo em que sentíamos medo, éramos tão irresistivelmente atraídos por essa
força, que o peito parecia arder, como se toda a nossa estrutura estivesse por romper.
Desejamos senti-la.
Desejamos nos conectar com o espírito que habitava tudo o que lá havia.
Desejamos nos fundir com a unidade que lá se manifestava tão naturalmente.
Passamos, então, a observar
o que havia de mais puro, os seres que não reconheciam as leis dos homens, que
não subverteram a sua essência em troca de poder, de vaidade ou de aceitação.
Aprendemos que, para
nos conectarmos verdadeiramente com aquele ambiente, era necessário o rompimento de couraças, a
derrubada de muros, o reconhecimento da própria essência.
Lá, ninguém se encantava com os nossos títulos, sobrenomes ou profissões.
Lá, ninguém se chocava com as opções sexuais, com as nossas justificativas para seguir arrastando as dores, nem com a religião que professávamos.
Para nos conectarmos, haveríamos de abrir mão dos nossos rótulos e desapegar dos dramas que sustentávamos.
Seria necessário respeitarmos as nossas fases, os nossos ciclos, compreendendo que havia o momento de hibernar e o momento de florir; o momento de dar frutos e o momento de derrubar as folhas até enfrentarmos a completa nudez dos nossos galhos; o momento de trocar de pele (para comportar o conhecimento assimilado) e o momento de se transformar em algo completamente desconhecido.
Lá, ninguém se encantava com os nossos títulos, sobrenomes ou profissões.
Lá, ninguém se chocava com as opções sexuais, com as nossas justificativas para seguir arrastando as dores, nem com a religião que professávamos.
Para nos conectarmos, haveríamos de abrir mão dos nossos rótulos e desapegar dos dramas que sustentávamos.
Seria necessário respeitarmos as nossas fases, os nossos ciclos, compreendendo que havia o momento de hibernar e o momento de florir; o momento de dar frutos e o momento de derrubar as folhas até enfrentarmos a completa nudez dos nossos galhos; o momento de trocar de pele (para comportar o conhecimento assimilado) e o momento de se transformar em algo completamente desconhecido.
Foi nesse caminho que aprendemos a nos amar exatamente como éramos (ou estávamos), a ceder o controle à nossa natureza e à constante transformação do universo.
Foi nesse caminho que aprendemos a reconhecer o movimento da vida agindo no outro e passamos a observar - maravilhados - as suas transformações, dando legalidade e suporte às buscas e à curiosidade.
Foi nesse caminho que aprendemos a reconhecer o movimento da vida agindo no outro e passamos a observar - maravilhados - as suas transformações, dando legalidade e suporte às buscas e à curiosidade.
A natureza continua
sendo mais magnífica das mentoras. Ela é simples, explícita e exuberante.
A mesma mente criou
tudo o que podemos ver, sentir ou perceber. Tudo tem origem na mesma substância
e está submetido às mesmas leis naturais.
Assim como Gaia, nós
também estamos em profundo processo de limpeza e transformação pessoal.
Muito além de toda a
dor, muito além de todas as inseguranças e muito além do universo que
percebemos, existe um plano com o qual colaboramos.
O que significa ter a
bênção de estar consciente em um espaço-tempo em que tudo está sendo remexido
para trazer à cura antigas dores, antigos medos, antigas culpas?
Quão grande é poder
observar as experiências e reconhecer que chegou o momento de deixá-las ir?
Quão belo é assimilar
que vivemos em um universo de amor, confiando que cada passo é dado em direção
a um “Eu Maior”?
Quão valioso é perceber
que tudo são escolhas e que estamos prontos para fazer escolhas guiadas pelo
amor e pela consciência?
Hoje, sem falsa modéstia e com o coração transbordante, eu celebro a mim mesma, celebro as minhas transformações, celebro a minha capacidade, celebro a minha clareza.
Eu amo a minha própria natureza.
Hoje, sem falsa modéstia e com o coração transbordante, eu celebro a mim mesma, celebro as minhas transformações, celebro a minha capacidade, celebro a minha clareza.
Eu amo a minha própria natureza.
segunda-feira, 21 de outubro de 2019
Curando-me de mim mesma.
Ouvi, uma vez, a
explicação de uma mulher árabe sobre o motivo pelo qual ela usava roupas largas
e cobria os cabelos para sair de casa.
Para a minha surpresa –
e, naquele momento, deixando de lado as minhas percepções acerca do condicionamento social
-, a resposta dela em nada se aproximou dos conceitos de limitação do universo
feminino ou de submissão.
Ela simplesmente disse
que guardava o seu melhor, a sua beleza e a sua completa exposição para quem partilhava
o mesmo teto que ela.
Essa inesperada
resposta reverberou profundamente e longamente em mim, trazendo à consciência a
incoerência entre a nossa postura dentro e a nossa postura fora de casa: são
completamente invertidas.
Sinto que, antes de
encarnarmos, escolhermos a dedo os aprendizados e os vínculos que teremos. Por
certo que as lições das quais não podemos fugir nos são apresentadas por meio
dos vínculos mais firmes, como os familiares.
Assim, ainda que
fisicamente afastados, permanecemos energeticamente vinculados ao grupo
familiar e aos aprendizados que ele reserva.
É em casa que
extravasamos. É em casa que transformamos as nossas frustrações em
comportamentos agressivos. É em casa que projetamos a nossa insegurança, a
nossa insatisfação e a nossa inconsciência. Isso porque, ainda assim, amanhã
eles estarão lá, prontos para mais um dia ao nosso lado.
Podemos passar a vida
assim, um alimentando o corpo de dor do outro.
Havia, para mim,
naquele momento, uma escolha e uma cura que deveriam ser feitas em vários
níveis.
A partir daquele dia,
então, eu escolhi me curar de mim mesma. Resolvi lançar mão de tudo o que
estava ao meu alcance para purificar a minha mente e aliviar o meu coração.
Decidi que eu passaria
a dar o melhor de mim para os meus companheiros de jornada mais próximos; que
eu não daria para ninguém fora, o que eu não fosse capaz de oferecer dentro do
meu núcleo. Assim, além de me propiciarem as minhas maiores e mais complexas
lições de vida (como assim se propuseram), os meus amados mais próximos também
receberiam a minha atenção, o meu tempo e a minha dedicação.
Continuei a usar o
velho pijama, mas, daquele dia em diante, passei a conter os meus primeiros
impulsos explosivos. Eu respirava e voltava ao centro antes de responder.
Também passei a conter
os meus impulsos de preguiça ou inércia e passei a agir antes de ser demandada,
passei a juntar antes que alguém se abaixasse, passei a guardar antes que
alguém o fizesse por mim.
O que parecia ser um
serviço ao outro, era, em verdade, um processo profundo de autoconhecimento.
Sair do modo reativo demandou muito autocontrole.
Mas toda essa mudança
criou um movimento que eu demorei muito (muito mesmo) para perceber: eu estava
criando abismos entre mim e as pessoas. Ninguém sabia de verdade como eu estava
me sentindo, nem mesmo eu. Eu apenas continha o impulso, sem senti-lo e sem me
responsabilizar por ele.
Enfrentar esse corpo
emocional não está sendo nada fácil.
Reconhecer o
sentimento que dispara cada impulso não está sendo fácil.
Aprender a sentir a
raiva, permitir que ela se expresse através das minhas células, que ela revire o meu estômago e feche a minha garganta, até escorrer pelos olhos.
Aprender a sentir
ciúmes, daquele que faz o corpo todo arder e me transforma em uma loba que
demarca o seu território e está disposta a brigar por ele, ao mesmo tempo em
que só deseja ser acolhida em um abraço e apoiada pelo olhar do homem que me
escolhe todos os dias.
Aprender a sentir
medo, deixar o coração disparar e a cabeça perder o rumo. Reencontrar, no
escuro, a linha que me sustenta no amor, na pureza e na confiança.
Ainda (e talvez para
sempre) em queda livre, um profundo mergulho dentro de mim, recolhendo cada
fragmento e reconhecendo cada traço de personalidade.
A cada dia, mais um passo em direção a um maior alinhamento entre o sentir, o pensar, o falar e o agir.
Hoje já consigo
reportar o meu estado emocional, sem que as pessoas precisem interpretar o meu
comportamento intranquilo ou o meu olhar distante.
O grande resultado foi que a honestidade comigo mesma trouxe o espaço de cura para
dentro do meu campo. Tornei-me plenamente capaz e plenamente responsável pela
minha purificação.
Que haja coragem para
seguir.
Que haja amor para
sustentar.
Que haja mãos para
segurar.
Que haja abraços para
confortar.
Que haja integridade
no caminhar.
Em silêncio,
Talita.
sábado, 31 de agosto de 2019
A força para renunciar
Ainda sobre renúncia.
Ouvindo uma banda que
eu amo, Sleeping at Last, a seguinte frase saltou aos meus ouvidos:
“Show me where my
armour ends
(Mostre-me onde a
minha armadura termina)
Show me where my skin
begins”
(Mostre-me onde a
minha pele começa)
Toda a nossa
reatividade é uma armadura.
Toda a nossa
insegurança é uma armadura.
Todos os nossos
complexos são uma armadura.
Toda a nossa
agressividade é uma armadura.
Até mesmo o nosso
excesso de prestatividade pode ser uma armadura.
O que estamos querendo
proteger? O que é isso que o ego tenta, incessantemente, manter oculto? Qual é
a dor que estamos evitando a todo custo? As pessoas são confiáveis? Será que eu
suportaria, novamente, a dor da decepção?
Em vez de,
simplesmente, reconhecermos que somos vulneráveis e que desejamos ardentemente
amar e ser amados, preferimos carregar o peso da armadura.
Sofremos por medo de sofrer.
Relacionamento após
relacionamento, zero conexão. Insegurança, ansiedade, exigências,
reivindicações, garantias.
Dói.
Desgasta.
Anestesiamos.
Só queremos que o dia
passe. Que mais um dia passe.
Desejamos
profundamente que a providência divina nos enxergue e faça por nós o que não
damos mais conta de fazer.
“Show me where my
armour ends, show me where my skin begins.”
Não é nada fácil
reconhecer o que em nós é verdade e o que foi criado para servir ao personagem,
travestindo a dor em todo tipo de sentimentos e justificativas.
Eu tenho dificuldade
de colocar toda a minha energia em um relacionamento, porque a minha família,
tanto materna, quanto paterna, carrega um histórico de traições e
relacionamentos frustrados.
Posso contar essa
história para mim a vida inteira e, tranquilamente e verdadeiramente, ela serve
para justificar a dor que eu carrego. O cansaço de estar em busca de algo que
eu nunca encontro. O vazio dentro do peito. A distância entre o sentir, o
pensar, o falar e o agir.
Mas eu posso fazer uma
escolha diferente. Posso ir além de apenas reconhecer as minhas restrições e de
tomá-las como balizadoras da vida. Posso fazer essa escolha agora.
Eu posso lidar com a
culpa por não reverberar a dor dos meus antepassados.
Eu posso lidar com a
culpa por ter um relacionamento mais saudável que os que me precederam.
Eu posso lidar com o
medo de não pertencer ao grupo familiar, por não me solidarizar com as suas dores.
Eu posso ressignificar
tudo isso e tomar força para subir esse degrau que foi pavimentado por tantas
histórias.
Eu posso.
Mais que isso.
Tenho força para
caminhar pelos anos que vivi, e recuperar a dignidade que foi quebrada em mil
pedaços a cada experiência da qual não me orgulhei.
Tenho força para me
recompor, para reconhecer a minha verdade e para confiar na minha capacidade de
sustentar uma nova vida, baseada em novas escolhas, almejando novos fins – que
não antevistos ou desejados pelos meus familiares.
Tenho força para
colocar os meus dois pés em um relacionamento, arriscando tudo na aventura de
viver uma vida completamente exposta, abrindo o coração e aprendendo a ser
plena contribuição na vida do outro.
Tenho plena capacidade
de aprender pelo amor e de elevar a minha consciência sem a necessidade de
enfrentar experiências dolorosas.
Não mais.
Eu tomo nas mãos as
rédeas da minha vida.
Não mais confundirei
gratidão, com a obrigação de repetir padrões de sofrimento. Não mais me
sacrificarei em nome da harmonia. Não mais tirarei do outro a sua própria
responsabilidade. Não mais ultrapassarei os meus limites para ser útil. Não
mais me colocarei em segundo plano para ter o meu valor reconhecido.
Eu renuncio às minhas
próprias justificativas.
Finalizo com um trecho
de Eckhart Tolle:
“A iluminação
conscientemente escolhida significa renunciar ao seu apego ao passado e ao
futuro e fazer do Agora o principal foco da sua vida. Significa decidir morar
num estado de presença em vez de no tempo. Significa dizer sim ao que é. Então
deixará de precisar da dor. De quanto tempo pensa que precisará para poder
dizer: “Não criarei mais nenhuma dor, mais nenhum sofrimento”? De quanto mais
dor precisará para poder tomar essa decisão? Se pensa que precisa de mais
tempo, terá mais tempo – e mais dor. O tempo e a dor são inseparáveis.”
quinta-feira, 22 de agosto de 2019
Para ser livre
Eu ouço diariamente o
Canto Especial de Zero i.
Conheço a sequência, conheço
todas as palavras. Até faço as minhas próprias complementações.
Uma frase em especial
faz o meu corpo todo vibrar:
“que somente a verdade
encontre acesso em todo o meu ser”
Diz, literalmente, que
eu esteja em condições internas de atrair a verdade, de compreendê-la e de
externalizá-la. Que ela passe por mim e siga o seu caminho legítimo sem ser
corrompida.
Assim como a água, a energia segue o caminho da menor resistência. O que chega até nós foi atraído
por sintonia fina. Vibração compatível.
Isso é muito forte. É
um trabalho diário e é o trabalho de uma vida toda.
Em nós desembocam rios
caudalosos. Somos o gargalo de toda a nossa ancestralidade, de toda a nossa
carga genética, de vidas e mais vidas. Milhares delas. Todas convivendo em nós.
Também somos produto
da criação que tivemos e dos ambientes que frequentamos.
Afinal, o que é nosso?
O que sobra de nós, se não formos as bagagens, as histórias, as dores, nem as
glórias?
Quem sou eu entre
tantos rótulos? O que estou atraindo, dando passagem e reverberando? Que
energia é essa que estou projetando no mundo?
Somos responsáveis por
isso. Podemos ser divinos filtros ou apenas mais uma boca-de-lobo.
Podemos continuar
desejando mudanças, podemos seguir criticando a tudo e a todos. Sim, podemos.
Mas podemos mais.
Todos os seres de luz
que desceram à Terra e deixaram marcas profundas na humanidade, agiram de forma
similar: estavam lúcidos e eram extremamente comprometidos.
Ao contrário do que
nos fazem pensar, eles não nasceram prontos, apenas, em algum momento da vida, fizeram
a escolha certa e se comprometeram com ela.
Buscaram. Erraram. Persistiram.
Onde está colocando a
sua energia?
Aonde quer chegar?
Quem, de fato, caminha
ao seu lado?
De quais valores você
não abre mão?
Quais são os seus
tesouros?
Como você deseja se
sentir no momento de deixar essa existência?
É um caminho de muitas
perguntas e poucas respostas.
Perguntas que, uma a
uma, vão despertando a nossa compreensão mais elevada e nos fazendo acessar níveis
de consciência diferenciados.
Até que venham novas
perguntas.
Aos poucos as
perguntas perdem o interesse em obter respostas, assim como nós perdemos o
interesse nas justificativas que dávamos a nós mesmos para não fazermos
escolhas diferentes.
Questionando com
sinceridade - e um a um - os nossos hábitos, as nossas projeções, os nossos
padrões, as nossas dores, as nossas inseguranças, os reflexos das experiências
passadas no agora, galgamos degraus em direção ao nosso objetivo.
Se desejamos a
liberdade, o nosso trabalho individual é desvelar tudo o que está oculto em nós
e, ainda assim, coordena os nossos passos e dita as regras dos nossos
relacionamentos.
Se desejamos a
verdade, o nosso trabalho individual é trazer à tona todas as nossas
justificativas, todas as histórias que contamos para nós mesmos para embelezar
as nossas fraquezas, para encobrir as nossas culpas.
Se desejamos o amor, o
nosso trabalho individual é nos olharmos com compaixão e, reconhecendo as
florestas escuras do nosso ser, conceder-lhes um espaço especial na nossa caminhada.
Nada acontecerá fora,
sem que, antes, tome forma dentro.
Somos a nossa própria
obra de arte e, a cada amanhecer, nos é concedida a graça de aperfeiçoá-la,
aparar-lhe as arestas, atenuar-lhe os contornos.
Tudo pode ser completamente
transformado pela força do desejo de um buscador. Dê vida às oportunidades que
o hoje lhe traz para fazer novas escolhas, comprometa-se com a sua própria
libertação.
Transforme-se e veja o
mundo se transformar.
Não existe outro
caminho.
segunda-feira, 15 de julho de 2019
A Coevolução
Sempre nos
questionamos sobre o nosso propósito de vida.
Há muito por trás
disso.
Estamos em um planeta
relativamente distante do centro da Galáxia. Um orbe azul que dança em torno de
uma estrela na extremidade de um dos braços da Via Láctea.
Vivemos em um planeta
que, ainda, experimenta a terceira dimensão. A densidade opera sob muitas leis.
Somos bilhões de seres
vivos e outros bilhões de seres astrais interagindo incessantemente. Estamos
todos conectados e somos interdependentes.
Ao mesmo tempo em que
temos a sensação de que operamos na individualidade, também somos células de um
imenso organismo.
O planeta vive e nós
pulsamos com ele. Com ela...
Ela que nos desejou,
que nos idealizou e nos nutriu.
Ela que nos mantém sob
sua guarda.
Ela que floresce e
frutifica.
Ela que fornece
condições para a mais ampla diversidade.
Ela que é terra, que é
ar, que é água... Ela que é fogo.
O que seria do norte
sem a vastidão de terra que leva a nossa imaginação através das Américas,
até sentirmos o ar gelado do polo norte?
O que seria do sul sem
o vento intermitente que nos traz a consciência de que os ritmos e os ciclos
são eternos e divinos?
O que seria do oeste
sem as águas mansas, sem as corredeiras e cachoeiras? Sem os riachos que
graciosamente contornam as pedras e nos ensinam a seguir os caminhos mais
leves, de menor resistência? O caminho das águas, o caminho da confiança de
quem ruma em direção ao acolhimento do oceano, da fusão em unidade.
O que seria do leste
sem a potência do sol nascente? A luz que revela as nossas sombras e nos
encorajada encará-las. Que ilumina as nossas noites e deixa o crédito da beleza
para a lua, ensinando-nos sobre generosidade.
A ilusão da separação
pode nos cegar por algum tempo, mas não pode fazê-lo para sempre.
Tudo é simbiótico.
Não há nada que um ser
faça que não produza reflexos no todo... Assim como o todo produz reflexos em
cada um de nós.
Que tal, então, se estabelecêssemos
como propósito de vida ser uma influência positiva na grande mente que nos
conecta? Que tal se escolhêssemos ser criadores de campo, criadores de pulsos
nessa imensa malha energética?
Todos nos preocupamos
em fazer caridade, em agir de forma física para auxiliar os nossos companheiros
de jornada. Podemos, sim, abraçar o outro em seu sofrimento. Podemos, sim,
oferecer-lhe alimento e abrigo. Podemos vesti-lo.
Mas, se estamos em
condições para fazer isso, também estamos em condições para agir como
protagonistas: que o nosso consciente coletivo influencie positivamente o
inconsciente coletivo. É um grande serviço e um grande presente para o próximo
mergulharmos na nossa individualidade em busca da libertação, colocarmos a
nossa energia na busca pelo aprimoramento.
Poucos podem se dar ao
luxo de parar para questionar. Poucos podem ou querem dedicar o seu tempo para
o autoconhecimento. Poucos têm força para encarar e dissolver os seus
traumas. Poucos estão prontos para caminhar sem muletas, para deixar livres os
seus agressores.
Somos nós os que vão
deixar a batalha primeiro. Não desejamos, nem precisamos mais lutar. Não
desejamos, nem precisamos mais viver em reatividade. Somos nós os que vão
silenciar e aprender com a natureza o sentido vida.
A cada movimento que
fazemos em direção a nós mesmos, içamos conosco os nossos bem amados. A cada
novo aprendizado, a cada relembrar, a cada enfrentar, a cada dissolver, estamos
impulsionando os diversos grupos que ainda não conseguem se desprender dos
paradigmas que os mantém estagnados em ciclos de repetição.
As nossas mudanças
reais são passos que damos em nome de toda a humanidade.
Celebre cada processo.
Celebre cada catarse. Celebre limpeza.
Por fim, honre este
planeta. Respire de forma consciente, sentindo como as moléculas de vida
energizam o seu corpo. Conecte-se com a pulsação desse imenso corpo planetário
e perceba a sua pulsação entrando em ressonância. Sinta como a diversidade de
vida que aqui existe faz parte de você.
O vento, a chuva, o
suor, o paladar... flutuar no mar. Experiências da terceira dimensão que talvez
nunca mais vivamos.
Sinta o aroma do café.
Acaricie um pé de arruda e perceba como ele se perfuma esperando o seu toque.
Observe as estrelas e a trajetória da lua. Dance com o fogo.
Tudo vive e tudo te
espera. A natureza se veste para ti.
Esse é o segredo dos
povos antigos, dos pagãos, dos místicos, dos gnósticos: a coevolução com Gaia.
A reconexão com o
corpo. A unificação das polaridades. A integração com tudo o que vive.
Amor em ação.
Escolha.
Assinar:
Postagens (Atom)