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quinta-feira, 4 de maio de 2017

Alminhas corajosas!







Existe um conto que eu gosto muito, chama-se “Um Conto Francês” e foi escrito por Neale Donald Walsch*.

Nesse conto ele narra a conversa de uma alminha (muito curiosa) com Deus e, em determinado ponto, ela pergunta sobre perdão – desejava saber o que era. Mas, em estado de perfeição, o próprio Criador não foi capaz de definir a sensação de perdoar alguém.

Então, uma alma que ouvia a conversa, disse: 

“— Não te preocupes, Pequena Alma, eu vou ajudar-te — disse a Alma Amiga.
— Vais? — a Pequena Alma animou-se. — Mas o que é que tu podes fazer?
— Ora, posso dar-te alguém a quem perdoares!
— Podes?
— Claro! — disse a Alma Amiga alegremente. — Posso entrar na tua próxima vida física e fazer qualquer coisa para tu perdoares.
(...)
— No momento em que eu te atacar e atingir, — respondeu a Alma Amiga — no momento em que eu te fizer a pior coisa que possas imaginar, nesse preciso momento… — Lembra-te de Quem Realmente Sou.
(...)
— Lembra-te sempre, — Deus aqui tinha sorrido — não te enviei senão anjos.”

Somos, nós, as alminhas curiosas que desejaram conhecer a imperfeição.

Somos, nós, as alminhas corajosas que desejaram receber e propiciar lições.

Disso é feita a nossa vida neste Planeta: espirais profundas de aprendizado, em que os professores são os nossos relacionamentos.

Neles estão projetadas todas as nossas sombras. Ou o outro nos serve de bode expiatório (e contra ele nos revoltamos), ou nos serve de espelho (e por ele sentimos gratidão).

A despeito das crenças em sentido contrário (as quais respeito profundamente), não acredito que aqui encontraremos o nosso complemento divino, a tão falada “Chama Gêmea” – já que não estamos aqui para viver a perfeição, a completude.

Aqui estão as nossas almas gêmeas, almas irmãs, almas amigas. Seres desejosos de aprendizado (como nós), que se comprometeram a fazê-lo em conjunto.

Iniciando-se de forma bastante intensa com os nossos pais, os nossos primeiros relacionamentos acabam ditando o passo de todos os subsequentes. O medo do abandono, o medo da rejeição, o medo de se expressar, o medo de não ser amado pelo que se é; quiçá a violência, o desamor, o desrespeito.

Seguem-se relações infelizes que nos obrigam a olhar para trás e acolher a nossa história, aceitar integralmente os nossos genitores e sermos gratos pelo dom da vida; restando claro que não somos vítimas de nenhum evento, mas parte dele (pois o planejamos ou o atraímos).

Há relações frustradas que nos obrigam compreender que apenas o hoje pode ser vivido, que não há garantias, não há contratos que não possam ser quebrados.

Há relações violentas que nos obrigam a vencer o pavor e a nos colocarmos em primeiro lugar.

Há relações mornas que nos obrigam a ter coragem de dar o passo em direção ao término, confiantes de que somos merecedores de toda a abundância – e isso também se refere a relacionamentos prósperos.

Há relações de manipulação, dominação e subjugação que, em algum momento, nos fortalecem a ponto de não mais tolerar a inferiorização, as opiniões maldosas do outro (pois a feiura, a gordura ou o não merecimento só existem nos olhos dele).

Por outro lado, há muitas outras que, incessantemente, nos fazem lembrar de quem realmente somos. Mãos amigas que, mesmo ainda trêmulas, nos chamam para caminhar ao seu lado, que se alegram com a nossa presença e nos encorajam a mostrar o melhor que há em nós.

É sempre sobre amor próprio. É sempre sobre reconhecer a própria força. É sempre sobre responsabilidade. É sempre sobre respeito ao livre arbítrio. É sempre sobre autenticidade.

Volte os olhos aos relacionamentos que mais te afligem e, em vez de reclamar, agradeça a oportunidade que está tendo de conhecer mais sobre si mesmo. Aos poucos e em gratidão, identifique qual aspecto da sua personalidade está sendo iluminado através das atitudes dessa alminha amiga.

Lembre-se: não é sobre o outro. 

Nunca.

http://www.sgi.org.br/pt/consciencia/a-pequena-alma-e-o-sol/

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