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segunda-feira, 24 de abril de 2017

Eu escolho extravasar o molde!






Sem dúvida, uma das buscas da nossa existência é o resgate do poder pessoal.


Não importa o meio no qual você está inserido, sempre há intermediários.


Há intermediários entre você e Deus – o Criador. Há diversas descrições e rituais, há códigos de etiqueta, há os lugares corretos. Como se Ele não nos conhecesse. Como se Ele se constrangesse com a nossa autenticidade. Como se Ele se sentisse agredido pela nossa descontração. Como se Ele não estivesse conosco durante os nossos acessos de raiva, de ciúmes, de desejo. Hoje eu vejo que quanto mais eu me aceito e me apresento como eu sou, mais próxima de Deus eu me sinto, pois caminho em direção ao centro do meu Ser, onde Ele está, onde eu e Ele somos um.


Há intermediários entre você e a sua mais pura vontade. O nosso querer é balizado pelos condicionamentos sociais, religiosos, familiares. Queremos que a nossa caminhada seja avalizada por quem nos rodeia, para que possamos pertencer ao grupo e sermos dignos de amor e cuidado. Acabamos deixando tantos pedaços de nós nos desejos que não realizamos, de forma que, de fato, acabamos bastante parecidos com quem nos rodeia, pois nos moldamos. Desejamos, secretamente, ser aquela pessoa que admiramos por sua coragem de ser quem é e fazer o que deseja fazer – sem perceber que essa pessoa é apenas um espelho de uma das nossas partes que deixamos pelo caminho (quando negamos todas as nossas vontades) e está apenas aguardando para ser reintegrada ao nosso Ser. Chame-a! 


Quando foi que perdemos o poder sobre a nossa própria vida? 


Quando foi que a opinião dos outros passou a ter mais valor que a nossa?


Quando foi que a alegria e a autenticidade passaram a soar como desrespeito ao Criador?


Em algum ponto da caminhada nós perdemos a confiança em nós mesmos. Passamos a viver como autômatos. Tornamo-nos um produto do meio e apenas reagimos aos estímulos externos. Não conseguimos dar um passo sequer sem o respaldo de um códex, sem o aval familiar, sem a aprovação do sistema – assim terceirizamos a responsabilidade por eventuais resultados negativos.


Rasgamos o peito e negamos o nosso poder, porque temos medo – sim, morremos de medo – de sermos os únicos responsáveis pelas nossas decisões, pelas experiências que vivemos, pelos aprendizados que atraímos (sem perceber que, no fim, somos, sempre e em qualquer hipótese, os únicos a carregar o peso das nossas escolhas, sejam elas baseadas na vontade externa, ou na vontade interna).


Sim, somos zumbis. Dói, mas somos.


Perdemos a cor. Perdemos a conexão. Perdemos a alegria. Perdemos os sonhos.


Estamos fragmentados. Estamos vítimas. Estamos passivos. 


Este lugar não é apenas a sua zona de conforto. É a zona de conforto do sistema, que, assim, consegue manter-se estável, estático, garantido.


Escolha a vida! Escolha a ação! Escolha fazer o coração vibrar! Escolha abraços demorados! Escolha sentir! Escolha curar-se! Escolha livrar-se das crenças que te limitam a existência!


Sugiro que comece resgatando as suas partes perdidas pelo caminho: certamente encontrará cada uma delas abraçada a um sonho que não foi vivido. Funda-se com cada uma delas. São encontros por vezes doloridos (pois há sonhos que não podem mais ser vividos), mas indispensáveis para restabelecer o nosso poder individual, para trazer de volta a nossa força, a nossa coragem, a nossa energia primordial, a nossa essência.


Conforme retomamos o nosso poder, perceberemos que a opinião das outras pessoas reflete apenas a forma com que elas mesmas enxergam o mundo – não importa o nível de consciência ou de espiritualidade, continua sendo, apenas, a opinião delas.


Perceberemos que enfrentar as consequências de uma ação praticada pela mais pura vontade do nosso ser não será tão incômodo quanto viver a vida que nos empurram goela abaixo.


Viveremos, então, aprendizados cheios de gratidão. Ouso dizer que, obedecendo a essência, aprenderemos pelo amor e não mais pela dor.


Eu escolho resgatar as Talitas que deixei pelo caminho e, assim, extravasar o molde.


E você?

Um comentário:

  1. Texto lúcido, generoso, sensível...Amo o jeito que expressa o autoestudo em palavras, como consegue proporcionar uma experiência interna de reconhecimento e amor a quem está lendo. 😍 Vamos sim, voltar ao lar interno, à essencia, o planeta se movimenta pelo amor, eu sinto. Te amo!

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