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segunda-feira, 15 de julho de 2019

A Coevolução




Sempre nos questionamos sobre o nosso propósito de vida.

Há muito por trás disso.

Estamos em um planeta relativamente distante do centro da Galáxia. Um orbe azul que dança em torno de uma estrela na extremidade de um dos braços da Via Láctea.

Vivemos em um planeta que, ainda, experimenta a terceira dimensão. A densidade opera sob muitas leis.

Somos bilhões de seres vivos e outros bilhões de seres astrais interagindo incessantemente. Estamos todos conectados e somos interdependentes.

Ao mesmo tempo em que temos a sensação de que operamos na individualidade, também somos células de um imenso organismo.

O planeta vive e nós pulsamos com ele. Com ela...

Ela que nos desejou, que nos idealizou e nos nutriu.

Ela que nos mantém sob sua guarda.

Ela que floresce e frutifica.

Ela que fornece condições para a mais ampla diversidade.

Ela que é terra, que é ar, que é água... Ela que é fogo.

O que seria do norte sem a vastidão de terra que leva a nossa imaginação através das Américas,  até sentirmos o ar gelado do polo norte?

O que seria do sul sem o vento intermitente que nos traz a consciência de que os ritmos e os ciclos são eternos e divinos?

O que seria do oeste sem as águas mansas, sem as corredeiras e cachoeiras? Sem os riachos que graciosamente contornam as pedras e nos ensinam a seguir os caminhos mais leves, de menor resistência? O caminho das águas, o caminho da confiança de quem ruma em direção ao acolhimento do oceano, da fusão em unidade.

O que seria do leste sem a potência do sol nascente? A luz que revela as nossas sombras e nos encorajada encará-las. Que ilumina as nossas noites e deixa o crédito da beleza para a lua, ensinando-nos sobre generosidade.

A ilusão da separação pode nos cegar por algum tempo, mas não pode fazê-lo para sempre.

Tudo é simbiótico.

Não há nada que um ser faça que não produza reflexos no todo... Assim como o todo produz reflexos em cada um de nós.

Que tal, então, se estabelecêssemos como propósito de vida ser uma influência positiva na grande mente que nos conecta? Que tal se escolhêssemos ser criadores de campo, criadores de pulsos nessa imensa malha energética?

Todos nos preocupamos em fazer caridade, em agir de forma física para auxiliar os nossos companheiros de jornada. Podemos, sim, abraçar o outro em seu sofrimento. Podemos, sim, oferecer-lhe alimento e abrigo. Podemos vesti-lo.

Mas, se estamos em condições para fazer isso, também estamos em condições para agir como protagonistas: que o nosso consciente coletivo influencie positivamente o inconsciente coletivo. É um grande serviço e um grande presente para o próximo mergulharmos na nossa individualidade em busca da libertação, colocarmos a nossa energia na busca pelo aprimoramento.

Poucos podem se dar ao luxo de parar para questionar. Poucos podem ou querem dedicar o seu tempo para o autoconhecimento.  Poucos têm força para encarar e dissolver os seus traumas. Poucos estão prontos para caminhar sem muletas, para deixar livres os seus agressores.

Somos nós os que vão deixar a batalha primeiro. Não desejamos,  nem precisamos mais lutar. Não desejamos, nem precisamos mais viver em reatividade. Somos nós os que vão silenciar e aprender com a natureza o sentido vida.

A cada movimento que fazemos em direção a nós mesmos, içamos conosco os nossos bem amados. A cada novo aprendizado, a cada relembrar, a cada enfrentar, a cada dissolver, estamos impulsionando os diversos grupos que ainda não conseguem se desprender dos paradigmas que os mantém estagnados em ciclos de repetição.

As nossas mudanças reais são passos que damos em nome de toda a humanidade.

Celebre cada processo. Celebre cada catarse. Celebre limpeza.

Por fim, honre este planeta. Respire de forma consciente, sentindo como as moléculas de vida energizam o seu corpo. Conecte-se com a pulsação desse imenso corpo planetário e perceba a sua pulsação entrando em ressonância. Sinta como a diversidade de vida que aqui existe faz parte de você.

O vento, a chuva, o suor, o paladar... flutuar no mar. Experiências da terceira dimensão que talvez nunca mais vivamos.

Sinta o aroma do café. Acaricie um pé de arruda e perceba como ele se perfuma esperando o seu toque. Observe as estrelas e a trajetória da lua. Dance com o fogo.

Tudo vive e tudo te espera. A natureza se veste para ti.

Esse é o segredo dos povos antigos, dos pagãos, dos místicos, dos gnósticos: a coevolução com Gaia.

A reconexão com o corpo. A unificação das polaridades. A integração com tudo o que vive.

Amor em ação.

Escolha.


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