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quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Quando eu amo a mim mesma




Ano passado, aparentemente de repente, eu me vi em uma situação de profundo abandono. Autoabandono.

Eu não estava dando a mim mesma o amor que eu devia. Isso quase fez tudo desmoronar à minha volta. Mas, felizmente, quem desmoronou fui eu.

Resolvi que precisava passar alguns dias sozinha e fui para a Chapada dos Veadeiros. Acabei ficando no retiro do Prem Baba, mesmo sem ter conexão nenhuma com o trabalho dele e não ressoar com a tradição Sachcha.

No primeiro Satsang que eu assisti, ele abriu um dos papéis com perguntas e nele estava escrito: “Baba, é errado eu ter namorado e sentir atração por outra pessoa?”
Ele, rindo muito, disse: “Está querendo a permissão do papai, né?”

Quando os ânimos se acalmaram ele respondeu: “Errado, no sentido de pecado, não é. Mas é, no mínimo, autossabotagem. Você está sabotando a sua felicidade, colocando os seus objetivos em caminhos distintos, caminhos opostos que não se encontram jamais. Você nunca será feliz.”

Eu confesso que eu demorei bastante tempo para compreender a profundidade dessa frase. Digo mais, ela ainda ecoa na minha mente a cada passo que eu dou: “Está alinhado?”

Ela veio novamente à minha mente assistindo a uma palestra de Jan Val Ellam. Eis que ele começa a falar sobre o código de conduta pessoal: “todas as minhas escolhas e objetivos estão alinhados, eu cuido para que estejam em uma única senda, porque mesmo que eu tropece, mesmo que eu caia, eu sei para onde voltar.”

Em resumo, precisamos saber para onde queremos ir, para que nos seja possível escolher, para que possamos dizer não (ou dizer sim) com sabedoria e com confiança.

Está escrito em Coríntios 6: “Tudo me é permitido, mas nem tudo convém.”

Precisamos nos libertar da confusão dos sentidos.

Precisamos aprender a não nos autossabotarmos.

Precisamos dizer não ao que não se alinha com os nossos objetivos.

Precisamos plantar o que queremos colher.

Precisamos colocar a nossa energia nas possibilidades que convergem.

Escolher com sabedoria é amor. Amor próprio.

Degrau necessário para o amor incondicional, pois não podemos dar o que não temos.

Apenas depois de pararmos de atentar contra nós mesmos, é que passaremos a poder oferecer amor incondicional ao outro.

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