Eu fecho os olhos e
os vejo.
Sinto o peso do corpo
deles pendurados nos meu pescoço.
Ouço a voz.
Sinto o cheiro.
Vejo-os como se aqui
estivessem.
Vejo a expressão dos
seus olhares: inocentes, curiosos, seguros. Quantas possibilidades! Quanta
confiança!
Amados em sua
expressão mais pura.
Merecedores, dignos,
capazes, corajosos, generosos.
Manter a integridade
dessa essência (até onde nos for possível) depende de um constante “vigiai” – e
não falo, aqui, apenas, dos perigos do mundo (e da nossa falsa sensação de
controle).
Falo da nossa postura
como pais, das nossas crenças, da nossa energia, dos nossos medos, das nossas
culpas, da nossa história e dos nossos padrões familiares.
Não é necessário um
profundo conhecimento das obras de Jung ou Freud para ter noção da influência
dos pais na psique humana.
Eles nos sentem, eles
nos analisam, eles replicam o nosso agir – pouco importa o que falamos.
Por isso são os
nossos maiores professores: expõem a nossa incoerência.
Basta um olhar
sincero para mim mesma, para que eu identifique o que merece e precisa da minha
energia; para que eu reconheça, no meu campo, as questões que limitam a
manifestação divina na minha vida.
Quais os medos que me
mantém refém?
Quais os sistemas que
me movem?
Quais as situações
que se repetem?
Quais experiências eu
estou atraindo?
Quais as crenças que
filtram os meus pedidos ao universo?
Mas o mundo não para
de girar para que eu encontre a plenitude.
Ao mesmo tempo em que
trabalho a minha criança e os meus sistemas – enfrentando, acolhendo e amando um
pesado corpo emocional -, volto os olhos ao meu microcosmo e dedico a minha
atenção aos meus sonhos mais audaciosos.
Escolho ver a
virtude.
Escolho ver o
potencial.
Escolho ver a beleza.
Escolho ter tempo.
Escolho ser bonita.
Escolho ser generosa.
Escolho ter uma boa
palavra, ou, então, apenas sorrir ou silenciar.
Escolho movimentar o
meu corpo com respeito.
Escolho tocar a vida
do outro com delicadeza.
Escolho ser parte de
todas as coisas.
Alienada, alguns dizem.
Apenas espelho,
replico.
Quando uma mulher decide curar-se,
ela se transforma em uma obra de amor e compaixão,
já que não se torna saudável somente a si própria,
mas também a toda a sua linhagem.
Bert Hellinger
Nenhum comentário:
Postar um comentário