01.12.1980, 21:15, eu
nascia Talita, abrindo o mês do Natal.
Desejei, hoje, estar
conectada com o impulso inicial dessa existência. Com os desejos que eu trazia
comigo. Com a vontade que me trouxe aqui. Com o plano estabelecido.
Eu visualizei os
planetas e o seu alinhamento com o sol no momento em que eu iria nascer – uma
linda geometria que hoje se repete.
Gaia surgiu linda aos
meus olhos, tomando forma de lar. Preciosa. Iluminada. Imensa.
Eu senti
pertencimento. Eu senti amor. Eu senti confiança. Eu senti força.
Afinal, quão fortes e
confiantes somos nós, seres que mergulharam na mais absoluta inconsciência, na
certeza de que aqui, nesse solo e em meio a tanta dualidade, conseguiriam
despertar e semear o amor.
Eu amei e fui amada
todos esses 13.149 dias de vida.
Sagitariana nascida
sob a bênção do nº 1 - que me acompanha como missão de vida -, eu soube criar
um espaço de amor com cada pessoa que cruzou o meu caminho.
O amor estava lá,
ainda que sob a forma de dor, ainda que sob a forma de aprendizado, ainda que
sob a forma de angústia, ainda que sob a forma de arrependimento. No final das
contas, era só o amor revelando lindamente a minha humanidade.
Em toda a minha
profundidade (talitagem, para os íntimos), eu nunca aceitei passar por cima das
pedras tropeçando. Eu olhava uma a uma, conheci todas elas. Não, não construí
um castelo, estou construindo uma escada.
Estranhamente, sinto
que a dor foi e é a chave que me conecta verdadeiramente a cada um de vocês.
A dor que cada um de
nós sentiu, a dor que cada um de nós sente, apenas encontra abrigo nos corações
que já a vivenciaram e a acolheram. Afinal, a couraça que envolve um coração
machucado só pode ser tocada por alguém que assume a própria vulnerabilidade.
Essa foi a proposta
do ciclo que se passou: verbalizar a minha vulnerabilidade, abrindo um espaço
de profunda conexão, um espaço em que a verdade de cada um tem livre passagem –
e é bonita!
Meu Deus, como vocês
são bonitos! Batalhadores, buscadores, cada vez mais conscientes.
A cada pessoa que me
procurava para, pela primeira vez, verbalizar todas as suas fraquezas, toda a
sua insegurança, todo o seu não merecimento, lá estava eu, lá estava aquela
parte de mim que ainda não estava plenamente curada. Sim, estamos todos a
serviço um do outro: não há dar sem receber!
Agradeço a todos os
que se expuseram e me deram a honra de conhecer as suas dores, pois assim pude
acolher as minhas. Mais que isso, cada um de vocês me mostrou o verdadeiro
tamanho de um ser humano, o meu verdadeiro tamanho.
Planto, hoje, as
sementes que recolhi no ciclo que se encerra e peço, como presente de
aniversário, que cada um de vocês exprima o deseja de regá-las.
Recolheremos, todos
juntos, os frutos.
Namaste.
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