Aceitamos viver
sucessivas experiências em um universo material, em um orbe de terceira
dimensão e em transição.
O que poderia ser mais
complexo e agitado que isso?
Como servir nessas
circunstâncias?
Como encontrar alguma
verdade útil em meio aos conceitos que temos consumido com tanta voracidade?
Fomos doutrinados a
procurar os anjos no céu, Deus através de intermediários, as verdades em
livros, a salvação por meio da dor e do sacrifício.
Inorgânico.
Mecânico.
Desumano.
Em algum ponto da
caminhada essa desconexão se tornou tão dolorosa, que fomos forçados a reconhecê-la.
Questionar era quase
uma traição às forças que nos mantinham fixados a essa frequência: família,
sociedade, inconsciente coletivo.
Mas havia tantas
estradas... tantos e tantos conceitos, vozes, ideias.
Entramos e saímos de
muitas delas, o que nos fortaleceu em discernimento e em reconhecimento da própria
mestria.
Até que, em um certo dia,
chegamos a um caminho virgem, vivo, pulsante.
Lá não havia estrada
alguma, sequer uma trilha em meio à mata.
Colocamos os pés
descalços sobre a vegetação úmida e, em um instante, toda a floresta despertou.
O cheiro da vegetação,
as folhas das árvores balançando com o vento e deixando os raios do sol passarem com
intermitência, o som dos pássaros e dos cursos d’água. Tudo parecia se
movimentar em conjunto.
Não demoramos a
perceber que havia algo a mais. Algo que não podíamos ver, nem tocar. Ao mesmo
tempo em que sentíamos medo, éramos tão irresistivelmente atraídos por essa
força, que o peito parecia arder, como se toda a nossa estrutura estivesse por romper.
Desejamos senti-la.
Desejamos nos conectar com o espírito que habitava tudo o que lá havia.
Desejamos nos fundir com a unidade que lá se manifestava tão naturalmente.
Passamos, então, a observar
o que havia de mais puro, os seres que não reconheciam as leis dos homens, que
não subverteram a sua essência em troca de poder, de vaidade ou de aceitação.
Aprendemos que, para
nos conectarmos verdadeiramente com aquele ambiente, era necessário o rompimento de couraças, a
derrubada de muros, o reconhecimento da própria essência.
Lá, ninguém se encantava com os nossos títulos, sobrenomes ou profissões.
Lá, ninguém se chocava com as opções sexuais, com as nossas justificativas para seguir arrastando as dores, nem com a religião que professávamos.
Para nos conectarmos, haveríamos de abrir mão dos nossos rótulos e desapegar dos dramas que sustentávamos.
Seria necessário respeitarmos as nossas fases, os nossos ciclos, compreendendo que havia o momento de hibernar e o momento de florir; o momento de dar frutos e o momento de derrubar as folhas até enfrentarmos a completa nudez dos nossos galhos; o momento de trocar de pele (para comportar o conhecimento assimilado) e o momento de se transformar em algo completamente desconhecido.
Lá, ninguém se encantava com os nossos títulos, sobrenomes ou profissões.
Lá, ninguém se chocava com as opções sexuais, com as nossas justificativas para seguir arrastando as dores, nem com a religião que professávamos.
Para nos conectarmos, haveríamos de abrir mão dos nossos rótulos e desapegar dos dramas que sustentávamos.
Seria necessário respeitarmos as nossas fases, os nossos ciclos, compreendendo que havia o momento de hibernar e o momento de florir; o momento de dar frutos e o momento de derrubar as folhas até enfrentarmos a completa nudez dos nossos galhos; o momento de trocar de pele (para comportar o conhecimento assimilado) e o momento de se transformar em algo completamente desconhecido.
Foi nesse caminho que aprendemos a nos amar exatamente como éramos (ou estávamos), a ceder o controle à nossa natureza e à constante transformação do universo.
Foi nesse caminho que aprendemos a reconhecer o movimento da vida agindo no outro e passamos a observar - maravilhados - as suas transformações, dando legalidade e suporte às buscas e à curiosidade.
Foi nesse caminho que aprendemos a reconhecer o movimento da vida agindo no outro e passamos a observar - maravilhados - as suas transformações, dando legalidade e suporte às buscas e à curiosidade.
A natureza continua
sendo mais magnífica das mentoras. Ela é simples, explícita e exuberante.
A mesma mente criou
tudo o que podemos ver, sentir ou perceber. Tudo tem origem na mesma substância
e está submetido às mesmas leis naturais.
Assim como Gaia, nós
também estamos em profundo processo de limpeza e transformação pessoal.
Muito além de toda a
dor, muito além de todas as inseguranças e muito além do universo que
percebemos, existe um plano com o qual colaboramos.
O que significa ter a
bênção de estar consciente em um espaço-tempo em que tudo está sendo remexido
para trazer à cura antigas dores, antigos medos, antigas culpas?
Quão grande é poder
observar as experiências e reconhecer que chegou o momento de deixá-las ir?
Quão belo é assimilar
que vivemos em um universo de amor, confiando que cada passo é dado em direção
a um “Eu Maior”?
Quão valioso é perceber
que tudo são escolhas e que estamos prontos para fazer escolhas guiadas pelo
amor e pela consciência?
Hoje, sem falsa modéstia e com o coração transbordante, eu celebro a mim mesma, celebro as minhas transformações, celebro a minha capacidade, celebro a minha clareza.
Eu amo a minha própria natureza.
Hoje, sem falsa modéstia e com o coração transbordante, eu celebro a mim mesma, celebro as minhas transformações, celebro a minha capacidade, celebro a minha clareza.
Eu amo a minha própria natureza.
Nenhum comentário:
Postar um comentário