Li esses dias que não há
limites para o desvelar de uma alma.
Isso sempre foi muito claro
para mim. Profundamente curiosa (ou curiosamente profunda).
É sempre possível ir mais
fundo. É sempre possível compreender mais.
Hoje é um dia que me traz
profundas reflexões. As minhas lembranças fervilham a ponto de me catapultarem constantemente
do momento presente.
Apesar de me sentir
bastante constrangida em dizer isso, mas em homenagem à minha verdade, posso
afirmar que, durante esses 38 anos de vida, grande parte das minhas memórias
mais dolorosas de agressão não envolvem homens (elas existem, mas não são tão dolorosas).
Bullying na escola – não
era um menino. Agressão física – não era um menino. Críticas maldosas e
julgamentos – não era um menino. Inferiorização – não era um menino.
Em algum ponto dessa
história eu escolhi não reverberar mais esse corpo de dor e desejei ter
relacionamentos de valor. Precisei encontrar o meu próprio valor e me
relacionar comigo.
Tomei decisões difíceis,
até mesmo incompreensíveis. A dor era tão lancinante, que eu só dava o próximo
passo. Nada mais era possível.
Ainda consigo senti-la.
Seria tão bom ter recebido o meu próprio abraço naqueles momentos (que eu
receba o meu abraço).
Fisicamente em pé,
emocionalmente largada ao chão, fui sacudida por uma mão firme e uma voz
decidida: daqui pra frente vamos juntos!
Fomos desfazendo os nossos nós
e as nossas malas aos poucos. Caminhamos, nós dois, cada vez mais sozinhos,
pois, aos poucos, o passado e as pessoas foram dispersando.
Era mais que suficiente. Um
representava a cura do outro. Havia reciprocidade e respeito às glórias e aos
tropeços um do outro.
O meu feminino só
floresceu, quando o meu masculino se posicionou e estabeleceu limites.
O masculino dele só se
equilibrou, quando o feminino teve livre passagem e expressão.
Hoje, vejo meu jardim
florido, rodeado por divinas rosas e sagrados beija-flores.
Pessoas que me
tocam a alma e abrem a porta do meu coração, que respeitam e honram o meu
caminhar, que escolhem me impulsionar em vez de me criticar, que optam pela
transparência, pela gentileza e pela colaboração.
Vejo os seus rostos, sinto
os seus cheiros, ouço as suas vozes, sinto os seus abraços.
Hoje escolho celebrar a
mulher que eu sou, as minhas raízes profundas, a firmeza do meu caminhar, a
pureza do meu coração e a minha capacidade de inspirar.
Sê feliz, mulher.
M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-O!!!
ResponderExcluirE a felicidade boa é a felicidade compartilhada, seja consigo, ou com os próximos. Sempre tem um "Ser" presente!
ResponderExcluirVocê é especialmente muito linda!
Este comentário foi removido pelo autor.
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