Estamos imersos em
uma realidade em que tudo parece compartimentado e polarizado.
É como se houvesse
um ponto de atração em cada área da nossa vida, em cada sistema em que estamos
imersos, com o fim de nos manter coesos. Pertencemos a eles sempre que nos
identificamos com eles.
Defendemos religiões,
ideias e pontos de vista. Agarramo-nos a verdades em busca de uma falsa
sensação de segurança. Julgamos as percepções e crenças alheias, como se a
experiência vivida pelo outro fosse capaz de invalidar as nossas próprias.
Somos incapazes de ler ou ouvir sem procurar pontos de divergência ou brechas para iniciar a nossa contraposição intelectual e verborrágica. Somos discordantes natos!
Esquecemos que o
preto e o branco são extremidades da mesma coisa, assim como o são o claro e o
escuro, o bom e o mau, o quente e o frio. Entre um polo e o outro, ligando-os,
existe um imenso espectro de cores, dimensões e possibilidades – ressalte-se,
todos divinos.
Nenhuma experiência
e nenhum caminho são inválidos. Nenhuma experiência e nenhum caminho são errados.
Nenhuma experiência e nenhum caminho são eternos.
Precisamos parar de qualificá-los
e aprender a honrá-los e usufrui-los, entrando no fluxo da vida, na dança dos encontros, na
brincadeira divina.
Precisamos nos olhar
com olhos mais amorosos, para que possamos fazer o mesmo com o próximo.
Precisamos facilitar
a nossa vida e a vida de quem nos rodeia. Por que tanta resistência ao
experimentar do outro?
Ser humano é uma
experiência desejada pela nossa alma – e isso envolve todas as possibilidades
abertas pela terceira dimensão.
Tantas vidas, tantas
histórias, tantas conexões.
Pisamos esta terra
de todas as formas possíveis. Um dia rei, outro pastor. Um dia freira, outro
feiticeira. Um dia homem, outro menina. Um dia monge, outro bon-vivant.
Hoje estamos aqui e,
neste agora, somos a soma de tudo o que já fomos e de tudo o que seremos.
Reunimos as características necessárias à nossa própria evolução e estamos
amparados por todo o Universo. Nós somos o próprio Universo - cada um de nós.
Quando conseguimos
abandonar os compartimentos e as nossas certezas, quando compreendemos que as
polaridades são partes da mesma coisa, quando paramos de observar com
julgamento as nossas experiências (e as dos outros), vamos nos desfragmentando
e permitindo que o incrível seja uma manifestação constante.
Assim, eu acolho a
minha vida com amor e responsabilidade.
Assim, eu encontro o
meu centro e entro em estado de entrega.
Assim eu liberto
quem participa desta experiência comigo.
Somos Um.
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