“Porque narciso acha feio o
que não é espelho...”
Faz pouco tempo que a minha
compreensão sobre essa frase se ampliou e me fez questionar todos os “eu te amo”
que eu já falei.
Pareceu-me que, na maioria
das vezes – e talvez por toda uma existência –, nós amamos apenas o nosso
reflexo no outro.
Amamos quando nos
reconhecemos no outro. Amamos quando o outro age dentro da nossa expectativa.
Amamos quando o outro é uma projeção de nós mesmos.
Nós amamos e alimentamos
uma holografia, uma ilusão, uma falsa sensação de segurança.
Cavamos abismos com as nossas
próprias mãos e sabotamos todas as nossas relações. Perdemos a chance de
crescer por meio do amor e da verdade – escolhendo a dor da desconexão com a própria
essência (quiçá com os outros).
Somos incapazes de ouvir a
verdade do outro sem agredi-lo, sem fazer drama ou sem entrar em processo de
vitimização, bloqueando o fluxo do aprendizado que se dá com o acolhimento, com
a compreensão, com o “olhar na mesma direção” (em vez de calçar os sapatos do
outro, exigimos a presença do outro nos nossos sapatos).
Tocamos o mundo do outro
com egoísmo e desrespeito.
Penso que talvez não tenhamos
conseguido interiorizar o fato de que vivemos em um universo amoroso e
divinamente orquestrado: ninguém está por acaso e ninguém permanecerá mais do que for necessário.
Em vez de honrar cada presença (e extrair desse período o máximo possível), nós vivemos aterrorizados.
Temos medo de ser esquecidos por Deus ou, pior, de merecermos ser castigados por algo que já
fizemos (culpa).
Temos medo de que (quem
sabe?) no Universo impere, de fato, a Lei do Caos.
Temos medo de não sermos
merecedores, de não sermos dignos de amor, de sermos abandonados, de não sermos
necessários.
Assim, tentamos (em vão)
controlar as pessoas e os acontecimentos da vida, vivemos em estado de alerta,
vivemos com medo da dor.
Endurecemos dentro de um
molde feio e estamos endurecendo os nossos filhos - aqui o processo se revela
de forma gritante.
A nossa arrogância, a nossa
intolerância ao diferente e a nossa incapacidade de respeitar o tempo das
coisas é refletida e potencializada nas crianças. De nada adianta reprimi-las e
castiga-las: estão iluminando as nossas sombras.
Quanto cansaço.
Quanta blasfêmia.
Quanto desperdício de
energia.
É preciso ir até a raiz do
nosso comportamento: a falta de confiança (mais conhecida com Mãe de Todos os Medos).
A nossa fé é rasa e instável.
É necessário interiorizar a
entrega, a confiança em um Deus de AMOR, a confiança no nosso plano de alma, a confiança
no suporte amoroso que nos está disponível.
É urgente ressignificarmos a culpa e as fórmulas de “salvação” trazidas pelas doutrinas e religiões, reescrevendo a
grade planetária e aliviando o peso da nossa consciência e do inconsciente coletivo.
Vá e faça novas todas as
coisas.
O seu movimento movimenta o mundo.
Comece por você.
Maravilhoso, conectado com o bem maior. Te amo sua linda!
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