Disseram-me, certa vez, que
eu não era ambiciosa, porque eu não desejava da vida uma posição de poder, de
sucesso, de influência – eu desejava, apenas, poder gargalhar até a barriga
doer (no volume que eu quisesse) e dormir todos os dias em paz.
Pouco tempo depois me
acusaram de jogar fora o bilhete premiado da loteria (nessas exatas palavras),
porque eu havia terminado um relacionamento que não estava mais extraindo o
melhor de mim – e eu desejava ardentemente conhecer e colocar a serviço o que
eu tinha de melhor.
Também ouço muito que eu
desperdiço a minha capacidade, porque eu não me dedico para passar no concurso
dos sonhos (dos outros!) – enquanto eu me preocupo mais com a qualidade dos
relacionamentos que eu vivo no trabalho, que com ele em si.
Comentários desse viés foram
(e são) uma constante em minha vida. E eu os ouço cada vez mais baixos e fracos:
míopes.
Para mim, falta de ambição
é buscar cegamente o sucesso e o poder, deixando de lado o incrível, o mágico,
o encanto. É só dinheiro que você quer mesmo, amigo? É sério isso?
Para mim, ganhar na loteria
é acordar todos os dias com os olhos brilhando, grata, aberta, entregue, amada
e amando.
Para mim, as minhas
capacidades vão muito além do intelecto, elas partem do coração com uma força
incontrolável, fluem através da voz, da escrita, do toque e produzem mudanças inacreditáveis:
eu transformo os ambientes em que eu me encontro.
Desde muito pequena as
minhas aspirações guardavam essa estreita relação com o caminhar leve e alegre,
com o facilitar, com dar passagem à essência e à autenticidade.
Sucesso é amor próprio.
Ambição é autoconhecimento.
Utilizar capacidades nada
mais é que deixar o divino agir através de mim.
A cada dia, eu vejo que posso
oferecer mais a mim mesma.
Isso sim é prosperidade.
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