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sábado, 10 de junho de 2017

Está na hora de parir a si mesma!



Quando foi a última vez que você soltou a sua barriga?

Essa foi uma das perguntas feitas pela amada Anna Sazanoff em um temazcal só de mulheres. E essa pergunta não saiu da minha cabeça.

Damos tanta importância para o que vem de fora (para as opiniões, as expectativas), que cortamos completamente a comunicação com o nosso interior, com a nossa essência, com a nossa feminilidade.

Sim, nós contraímos a barriga. Comprimimos o nosso útero, o nosso centro de força, de criatividade, de generosidade.

Sim, nós tiramos 15 fotos até conseguir escolher uma que revele a nossa melhor face, o nosso melhor ângulo. Como se as pessoas que nos conhecem fossem se importar com a nossa assimetria, já que a elas oferecemos toda a nossa beleza: o cuidado, o amor, a troca, o abraço, o sorriso.

Sim, nós comemos folhas e proteínas, morrendo de vontade de comer um nhoque carbonara. Não percebemos que tudo o que ingerimos a título de sacrifício não satisfaz o corpo, nem a alma. Interiorizamos o nosso próprio mau humor e azedamos mais a cada quilo que perdemos.

Sim, nós nos maquiamos para amenizar as manchas, as cicatrizes, os microvasinhos, os cravos, as espinhas, as rugas. Escondemos todos esses sinais do corpo, todas as marcas de vida.

Por que? Quem impõe à mulher a ditadura da "perfeição" e para que? Qual é o benefício de eu me encaixar no padrão? Isso trará segurança? Isso será garantia de felicidade?

Eu me fiz essas perguntas há muito tempo. 

Eu percebi que a mulher, quando em contato com a sua própria natureza, é muito poderosa. Ela é posicionada, empoderada, dona da sua própria vida. Ela sustenta todas as suas escolhas.

Senti isso no meu corpo, em todas as minhas células. Senti como se eu estivesse parindo a mim mesma, dando passagem à mulher que eu prendia nas minhas entranhas.

Comecei a observar as mulheres à minha volta e, como num passe de mágica, a minha noção de beleza e de perfeição mudaram completamente.

Bela é a mulher satisfeita, que assume responsabilidade pela própria vida: que está onde quer, com quem quer, fazendo o que quer, comendo o que quer, dançando como quer.

Perfeita é a mulher generosa, divertida, leve, flexível, conversadora de todos os assuntos. A mulher que se acolhe como é e que recebe o outro como ele é.

É essa a mulher que eu quero que os meus filhos conheçam. É essa a mulher que eu quero que os meus filhos admirem. É essa a semente que eu estou plantando.

Não há padrão. Não há estereótipo.

Há, apenas, o respeito à essência. Vida bem vivida.

Como podemos nos respeitar hoje? Qual é o movimento que só você pode fazer por você mesma?

"Pensaram que eu era surrealista, mas nunca fui. Nunca pintei sonhos, só pintei a minha própria realidade."
Frida Kahlo

Talita Rebello
10.06.2016

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