quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Ohana



Olhei o céu.

Ele mudava de cores mais rápido do que eu conseguia gravar na memória. Eu não queria esquecer aquele momento.

Instantaneamente uma pergunta veio à minha mente: que tipo de experiências o meu ser desejou viver na Terra? 

Ficou claro para mim que eu não havia planejado encarnar para viver experiências puramente espirituais; mas para experimentar, como espírito, aquelas coisas que apenas existem na materialidade.

Senti vontade de me ajoelhar e agradecer as lindas oportunidades que eu tenho de ser humana. Senti a terra molhada entre as mãos e debaixo das unhas. Senti o vento no rosto. Senti o sol aquecendo o meu corpo. Senti o suor escorrendo pelas costas. Lembrei do sabor dos meus alimentos preferidos, da sensação do gelo entre os dentes, dos abraços, dos banhos, das cobertas.

Revi, com esse olhar, grande parte das minhas escolhas e concluí: não houve um erro sequer!

Houve lindos momentos em que eu pude encarar a minha mais pura humanidade: senti dor, senti culpa, senti arrependimento. Fui egoísta, fui imediatista, fui precipitada. 

Continuo sendo. Mas continuo transcendendo.

E mesmo em meio a tanta imperfeição, percebi, em tempo, que eu fui amada todos os dias da minha vida. Não houve um dia sequer que eu dormisse desamparada, sem um olhar de acolhimento, sem um abraço, sem um sorriso.

O universo proporcionou que eu vivesse todas essas experiências inserida em uma história de muitos amores - ainda que antes eu não tivesse percebido.

Honro, agora, o meu momento de maior humanidade. Estou gente, ciclo, emoção.

A mais pura expressão da impefeição.

Desta vida planejo levar momentos que possam ser recordados com um sorriso saudoso, quiçá com orgulho.

Hoje matéria, amanhã memória,

Hoje esquecimento, amanhã saudade.

Gratidão profunda a todos os que, um dia, desejaram o mesmo desejo que eu: aprender a amar em Gaia, neste tempo, deste jeito.

Estejam certos de que deixo - sempre e com todos vocês - o melhor de mim.

Juntos trouxemos para cá o nosso lar.

Ohana! 

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