Algumas situações me
fazem refletir mais fortemente sobre a inconstância.
Grande parte das nossas
experiências mais valiosas – no sentido de lapidação da humildade, do perdão e
da tolerância – acontecem no seio familiar.
Acredito que,
propositalmente, essas são as relações das quais não podemos escapar.
Em razão
de nos parecerem mais constantes, com bastante frequência deixamos para amanhã as
decisões e ações que desejamos tomar, adiamos, protelamos.
Enquanto adultos,
crendo em nosso livre arbítrio, muitas vezes optamos por tomar distância das
relações que nos incomodam e nos desequilibram, apostando em uma vida nova,
dissociada dos pares que nos acompanharam até aqui.
Esquecemo-nos de que
foi o nosso próprio livre arbítrio que nos inseriu nesse meio – e, como disse
Allan Kardec, quem tem mais consciência, tem mais responsabilidade.
Esquecemo-nos de que
onde quer que estejamos, carregaremos conosco a bagagem que trouxemos, a carga
genética e a sensação de que deixamos algo mal resolvido para trás – na certeza,
ainda que inconsciente, de que haverá tempo para recuperar o amor e o perdão.
Esquecemo-nos de que grande
parte dos nossos padrões emocionais e comportamentais decorrem de experiências
(boas e ruins) vividas na mais tenra infância, cuja cura depende de
enfrentamento dos registros existentes em nosso corpo emocional – e não apenas
mental.
Caminhamos sobre
pedras que nós mesmos deixamos pelo caminho.
Racionalizamos
experiências que deviam, primeiramente, ser sentidas, ainda que não pudessem
ser compreendidas, como se o aprendizado maior fosse apenas entrar em contato
com o nosso sentir.
Olhe para a sua vida
e veja o que é que você está postergando. Identifique, observe e dê permissão
para que seja resolvido com amor, com consciência e com gratidão. Desapegue.
Imagine que todas as
situações mal resolvidas podem dar causa à programação de outras e outras
oportunidades de reequilíbrio energético em outras vidas. É isso mesmo que você
deseja?
Peça ou ofereça aquele
abraço que não foi dado.
Peça ou ofereça
aquele perdão que não foi verbalizado.
Peça ou ofereça
aquela conversa de valor, sem drama, sem culpa, sem acusação.
A vulnerabilidade não
é sinal de fraqueza. É, em verdade, pré-requisito da compaixão, da aceitação e
do acolhimento. É a maior força que se pode ter, porque ela dá permissão à
essência, ela dá espaço à manifestação das emoções, ela é a chave de acesso a
todos os corações, inclusive ao nosso.
Entregue-se ao
sentir, ainda que ele não guarde nenhuma correspondência com a forma com que
você racionalizou as experiências vividas. Apenas sinta e deixe passar,
compreendendo e acolhendo a sua criança.
Desate os nós e
desenhe um novo final.
Acolha as pessoas
como elas são. Acolha os processos emocionais de cada um que te rodeia. Porque é exatamente assim - imperfeitas - que elas servem como
um instrumento para a sua própria lapidação.
Estão, todas, a
serviço.
Estamos, todos, a
serviço.
Excelente
ResponderExcluirÓtimo parabéns! !
ResponderExcluirGrata pela mensagem e reflexão. Estava precisando muito.
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